Médicos fazem campanha contra excesso de raios x em crianças
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Os riscos da exposição excessiva de crianças e adolescentes aos exames de imagem, como raios X e tomografia, levaram médicos da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e do Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR), a iniciaram a campanha “Justifique!”.
A campanha tem o intuito de conscientizar os pediatras e demais médicos sobre a necessidade de cuidados especiais ao solicitar exames radiológicos.
Segundo médicos, a radiação tem efeito cumulativo e expor à criança, sem necessidade, a esses exames, pode aumentar o risco de desenvolvimento de doenças, como o câncer.
“Esse acúmulo de dose, tanto para o profissional de saúde, quanto para o paciente, tem de ser levado em consideração. Muito contato com a radiação pode causar danos à saúde, como mutações de genética de células, culminando em um câncer”, explicou o presidente da Sociedade Espírito-Santense de Radiologia, Leonardo Amaral.
O médico explicou que a radiologia tem vários métodos e os que possuem radiação são: raios X, tomografia, mamografia e hemodinâmica. “Ultrassom e ressonância, por exemplo, não têm nada a ver com radiação”, disse.
O pediatria Rodrigo Aboudib ressaltou que a preocupação da sociedade médica é com o uso desses exames sem o devido controle e indicação adequada.
Aboudib destacou que, além da justificação no pedido de um exame, as famílias precisam se conscientizar quanto à solicitação.
“As famílias tendem a acreditar que haverá um resultado mais efetivo com um exame de sangue ou radiológico. Na verdade, não é isso que podemos oferecer de melhor, mas, sim, uma boa consulta de acompanhamento e orientação”.
A radiologista pediátrica Dolores Bustelo, uma das idealizadoras da campanha, frisou, porém, que os exames de imagem salvam vidas e são aliados dos médicos.
“Nosso objetivo é para que esses exames só sejam solicitados quando realmente necessários. Outro ponto é que o pediatra descreve o motivo porque está solicitando o exame. Sempre que a criança puder evitar de fazer um exame radiológico, é como se estivéssemos resguardando um pouco dessa dose de radiação, caso ela precise receber no futuro”, explicou.
SAIBA MAIS Cuidados com crianças e adolescentes
Campanha
- A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), em conjunto com o Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR), lançaram a campanha “Justifique!”.
- O objetivo é conscientizar os pediatras e demais médicos sobre a necessidade de cuidados especiais ao solicitar exames radiológicos, especialmente para crianças e adolescentes. Isso porque, há riscos da exposição excessiva de crianças e adolescentes aos exames de imagem, como raio X e tomografia.
Riscos
- Entre os riscos estão o aparecimento de doenças a longo prazo, como câncer.
- De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o risco de câncer proveniente dessa exposição depende da dose, da duração da exposição, da idade em que se deu a exposição e de outros fatores como, por exemplo, a sensibilidade dos tecidos frente aos efeitos carcinogênicos da radiação.
- A radiação pode causar alterações no DNA. O câncer é considerado um efeito da exposição à radiação.
Justificativa
- As sociedades médicas pedem que haja uma justificativa quanto ao pedido do exame. Dependendo dessa justificativa, o radiologista vai poder realizar o exame com a menor dose de radiação necessária, para obter uma imagem diagnóstica.
- Segundo a radiologista pediátrica Dolores Bustelo, uma das idealizadoras da campanha, de uma maneira geral, os exames de imagem hoje são muito seguros, os aparelhos são mais modernos e necessitam de uma dose menor de radiação para que se obtenha uma ótima imagem com resolução diagnóstica.
Alerta
- Médicos alertam que, quando necessário, nunca se deve deixar de fazer os exames, que são considerados aliados e podem ajudar a salvar vidas.
- A radiologista pediátrica Dolores Bustelo explica que, evitando um exame desnecessário na infância, os médicos conseguem resguardar um pouco a criança da dose de radiação, para que ela receba no futuro, caso precise.
Fonte: Inca, Sociedade Brasileira de Pediatria e médicos consultados.
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