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Cidades

Médica na linha de frente após Covid-19


Até que ponto uma pessoa pode ser resiliente? Para a médica clínica geral Maria Helena da Rocha, 43 anos, que atua no Vitória Apart Hospital, este ano serviu para provar que não há limites, quando o assunto é superar obstáculos.

Imagem ilustrativa da imagem Médica na linha de frente após Covid-19
Maria Helena começou a faculdade aos 33 anos, após atuar por 10 anos como técnica de enfermagem |  Foto: Leone Iglesias/AT



No auge da crise causada pela Covid-19 e atuando na linha de frente, a médica teve uma crise asmática que evoluiu para uma pneumonia e precisou ser internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Dias depois de ter recebido alta e voltado a trabalhar, ela recebeu o diagnóstico de Covid e teve de receber oxigênio, no quarto.

“Vinte dias após ter retornado ao trabalho após a internação por pneumonia, peguei a Covid. Como acompanhei inúmeros casos, sabia exatamente cada passo da doença. Parece que saber o que vai acontecer com você, neste caso, é até pior”, conta.

“Seis dias depois estava com quadro de febre alta, o que indicava complicações. Fui ao hospital, fiz tomografia e estava com 50% de acometimento pulmonar. Tive que ser novamente internada, agora para o tratamento da Covid. Precisei de oxigênio e foi muito difícil aceitar aquela situação”, relata.

Apesar de ser médica, Maria Helena afirma que sentiu medo de toda a situação que viveu. “Eu sabia cada passo do que estava acontecendo e tinha muito medo. Se antes eu já era uma pessoa que se compadecia com meus pacientes, depois de encarar o lado “paciente” na pandemia, me tornei muito mais empática ”.

Após seis dias no oxigênio, a médica recebeu alta. “Hoje, me sinto grata pela vida e pela superação”.

Superação essa que Maria Helena vive há muito tempo. Há cinco anos ela atua na área. Começou a faculdade quando tinha 33 anos, após atuar por 10 anos como técnica de enfermagem.

“Tinha o sonho de ser médica porque, ainda na infância, tive pneumonia e um médico pediatra cuidou de mim de forma diferente, com todo amor, e aquilo nunca saiu da minha cabeça. Como não tinha condições de fazer um cursinho, trabalhei como técnica de enfermagem”.

A médica quer ainda realizar o sonho de fazer residência em anestesiologia. “Mesmo fazendo parte do grupo de risco, sou hipertensa e asmática, assumo meu compromisso de cuidar dos pacientes”.

Falta de energia ajudou na escolha da profissão

Um racionamento de energia elétrica, que acontecia todos os dias em Vitória, das 22 às 6 horas da manhã, nos anos de 1960, fez com que o médico Celso Murad, de 77 anos, escolhesse a pediatria.

Na época, Celso Murad era estudante e era nesse horário que ele e seus amigos estudavam.

“Morava na Praia do Canto, perto da ladeira do Hospital Infantil. Tínhamos esse racionamento de luz e só estudávamos à noite com o lampião. Víamos que no hospital tinha energia. Quando começou o curso de pediatria na faculdade de Medicina, passamos a ter aula no hospital”, lembra.

Imagem ilustrativa da imagem Médica na linha de frente após Covid-19
Celso Murad: “Sou extremamente realizado na pediatria” |  Foto: Leone Iglesias - 09/01/2020



Foi a partir daí que o médico conheceu mais a pediatria, que se tornou sua área de atuação há 54 anos. “Pedimos ao diretor do hospital na época, Guedes Junior, se podíamos estudar lá à noite. Ele deixou e passamos a ir lá todos os dias. Naquele tempo não tinha médico de plantão e começamos a auxiliar”.

Por conta dos atendimentos realizados, o hospital criou um corpo de internos, onde Celso Murad e seus colegas começaram a dar plantão. “Éramos auxiliados pelos nossos professores. Foi quando me apaixonei de vez pela pediatria”.

O médico, que também é presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado (CRM), conta que este ano a Covid-19 foi mais uma desafio vivido em sua carreira, mas ele destaca as realizações.

“Acredito que só fazemos uma coisa bem quando a gente gosta muito e sou extremamente realizado na pediatria”.


AMOR PELA MEDICINA


Experiência e segurança

Imagem ilustrativa da imagem Médica na linha de frente após Covid-19
Cirurgião vascular e presidente da Associação Médica do Estado (Ames) Leonardo Lessa |  Foto: Divulgação

A Medicina sempre foi a primeira escolha do cirurgião vascular e presidente da Associação Médica do Estado (Ames) Leonardo Lessa, de 46 anos. Antes de optar pela cirurgia vascular, ele até cogitou ser cirurgião plástico.

Para trilhar esse caminho, o médico, que tem 21 anos de profissão, passou por muitos desafios.

“De forma geral, a minha formação foi difícil. Fui para fora do Estado, no hospital de Base, em Brasília. Era um hospital grande e atendíamos muitos traumas e pacientes baleados e graves. Mas isso me deu experiência e segurança para fazer o que eu faço”.

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Radiologista da Bioscan Amphilóphio de Oliveira Júnior, 49. |  Foto: Divulgação
Trabalho e estudo
Estudo e trabalho resumem a rotina profissional do radiologista da Bioscan Amphilóphio de Oliveira Júnior, 49. Mesmo tendo de abrir mão de madrugadas, afirmou ser grato pela profissão, que atua há 21 anos.

Amphilóphio acredita que a evolução nas técnicas é uma das conquistas da área.

“Hoje, em todas as linhas, os tratamentos têm avançado em uma velocidade muito maior do que antes, inclusive no caso de doenças graves. Isso está refletindo no aumento da longevidade”.


ANÁLISE


“Saúde mental após a pandemia”, Fábio Olmo é psiquiatra e diretor clínico da Clínica Aube - Cuidados da Mente

“A pandemia da Covid-19 afetou seriamente a saúde mental de grande parcela da população. Já víamos, entre a classe médica, uma alta incidência de transtornos relacionados às condições de trabalho e, nos últimos meses, isso se intensificou.

Imagem ilustrativa da imagem Médica na linha de frente após Covid-19
Fábio Olmo é psiquiatra e diretor clínico da Clínica Aube - Cuidados da Mente |  Foto: Divulgação

Ainda não sabemos o real aumento na incidência dos transtornos mentais entre os profissionais da saúde. Porém, percebemos claramente um aumento no número de casos de depressão, Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT) e Síndrome de Burnout, por exemplo.

Com a pandemia, vários fatores são estressantes. Não só o número de mortes. A incerteza de como tratar os pacientes, o número exaustivo de horas de trabalho e o medo de se contaminar e transmitir o vírus também aumentam a ansiedade.

Em caso de início dos sintomas, colegas da classe médica devem reconhecer, aceitar e procurar ajuda profissional”.
 

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