Mais 400 mil vão guardar dinheiro para aposentadoria
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A aprovação da reforma da Previdência, em outubro deste ano, refletiu no comportamento dos brasileiros. Uma pesquisa do Ibope Inteligência mostrou que 30% da população de classes A, B e C no País passaram a guardar dinheiro para o futuro, após a mudança na legislação.
No Espírito Santo, a expectativa é de que após a reforma, mais 400 mil passem a poupar dinheiro para a aposentadoria até o fim do ano que vem. Os números são apontados pelo presidente do conselho consultivo da Associação dos Representantes dos Bancos do Estado (Arbes), Jorge Eloy Domingues.
“Eles vão construir seus planos de investimentos”, afirmou. Detalhou ainda que até o ano passado, 350 mil no Estado investiam de diversas formas, incluindo previdência privada e imóveis, para ter uma velhice mais segura.
“A aprovação da reforma da Previdência aumentou, de forma geral, a preocupação com o futuro. Mas nem todos têm condições de poupar. A expectativa é que, à medida que a economia melhore, esse número aumente”, defendeu.
O economista e especialista em investimentos do Banestes José Márcio Soares de Barros destacou que, mesmo com a reforma, o regime de capitalização simples da Previdência – em que quem contribui agora banca a aposentadoria de terceiros – não é viável, inclusive pelo aumento da expectativa média de vida do brasileiro.
“As pessoas parecem ter acordado para o fato de que, com a reforma feita como foi, não apenas precisarão trabalhar por mais tempo, como ficam sujeitas a encontrar um rombo mais à frente, que torna incerto se haverá dinheiro para que se aposentem. Ter apenas o INSS como opção não garante um futuro feliz.”
Para quem vai investir na previdência privada, o gestor de previdência da Valor Investimentos, Pablo Alencar, destacou que ela está associada a algum fundo. “Você tem que escolher um fundo ou mais para onde esse dinheiro vai. A gente orienta a diversificar”.
O superintendente Brasilprev, Sandro Bonfim, acrescentou que é preciso ter um pouco de renda fixa e variável na carteira de investimentos. Especialistas alertam ainda para ficar atento às taxas, como de administração e carregamento, e ao rendimento, além da forma de cobrança do Imposto de Renda.
Saiba mais
Pesquisa
- Uma pesquisa realizada pelo Ibope Inteligência mostrou que 30% dos brasileiros passaram a poupar, após a reforma da Previdência. No Estado, são 400 mil nessa situação.
Opções de investimento
Previdência privada
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É uma aposentadoria complementar. Ela não está ligada ao sistema do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O setor é fiscalizado pela Superintendência de Seguros Privados (Susep), órgão do governo federal.
Impostos
- Ao contratar um plano de previdência privada, é preciso escolher entre o Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL) e o Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL).
Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL)
- É indicado para quem faz a declaração completa do IR; tem entre 30 e 50 anos, além de uma renda e um patrimônio de classe média-alta ou alta.
- Apostando nele, o investidor consegue excluir até 12% da renda tributável ao ano da base de cálculo do IR.
- Ao solicitar o resgate, a alíquota incide sobre o valor total do fundo (dinheiro investido mais rendimento). Assim os rendimentos são sobre o valor que seria pago ao IR, aumentando sua rentabilidade até o fim do período.
Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL)
- É indicado para quem faz a declaração simplificada do imposto de renda e para até a classe média.
- O investidor não tem o abatimento das contribuições da sua renda bruta anual para efeito de declaração do imposto de renda. Mas, quando for usufruir do benefício, a tributação será aplicada somente sobre a rentabilidade obtida e não sobre a totalidade do valor.
Tributação Progressiva
- Pela tabela progressiva, a alíquota do IR aumenta de acordo com o valor que a pessoa vai receber do plano. A tabela pode ser consultada no site do Ministério da Fazenda. Geralmente só vale para quem vai se aposentar com uma renda menor que R$ 4 mil.
Tributação regressiva
- Por meio dela, a alíquota diminui com o tempo. Ela é calculada de acordo com a data de cada contribuição ou aporte. Isso significa que se resgatar o dinheiro rápido, pagará um imposto significativo.
Custos
- Taxa de administração: é cobrada pela instituição que administra o fundo, como bancos e corretoras.
- Taxa de carregamento: valor descontado das contribuições antes de chegar ao fundo. É usado para cobrir despesas da empresa que administra o investimento.
Como escolher
- Para investir na previdência privada é preciso escolher um fundo ou mais para onde esse dinheiro vai. A orientação de especialistas é diversificar, pois assim o investidor vai dividindo o risco entre gestores. Entre as opções estão fundo de renda fixa, fundo multimercado, fundo de ações.
- Ter clareza do objetivo com o plano. Quanto mais tempo de poupança, mais indicado é procurar fundo com maior grau de risco e potencial de retorno, já que com tempo longo a tendência é que ela ganhe mais que a renda fixa e se recupere de qualquer volatilidade.
A quem procurar
Corretoras
- Realizam investimentos para os clientes em diferentes bancos, cobrando para administrar o dinheiro.
- Valor Investimentos: [email protected].
- Invicta Investimentos: [email protected].
Bancos
- Banco do Brasil: entrando em contato pelos aplicativos do banco ou pelo site brasilprev.com.br ou procurando o gerente nas agências.
- Caixa econômica: em qualquer agência Caixa ou pelo site autocompra.caixaseguradora.com.br.
- Santander: a contratação pode ser feita pelo app, Internet Banking, agências e central telefônica.
- Banestes: pela Banestes Investimentos no Shopping Vitória, pelo app e Internet Banking ou nas agências.
- Também há as opções dos bancos digitais como o BTG Pactual.
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