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Lives Entrevistas

Live com o padre Anderson neste sábado na TV Tribuna/SBT


Imagem ilustrativa da imagem Live com o padre Anderson neste sábado na TV Tribuna/SBT
padre Anderson Gomes |  Foto: Divulgação

Hoje o encontro com o padre Anderson Gomes, do programa “Papo de Padre”, será com muita música. Às 12h30, na TV Tribuna, o padre preparou o show ao vivo “Bênçãos do Rei”, com interpretação de clássicos religiosos e canções autorais.

“Pela primeira vez, teremos alguns músicos que compõem a Camerata Sesi”, explicou ao AT2. A live é em benefício da Acacci e da Apae de Vila Velha.

At2 - ​Qual é a programação par a live?

Padre Anderson Gomes - ​A base do repertório serão as músicas religiosas de Roberto Carlos e vamos cantar algumas autorais. A nossa banda estará completa e, pela primeira vez, teremos a mais, alguns músicos quem compõem a camerata do Sesi, - dentre eles um quarteto de cordas e o trio de metais.

Além do horário disponibilizado pela TV Tribuna, estenderemos para o nosso canal do Youtube: "Pe Anderson Gomes".

Como será o repertório?

A ideia veio do José Luiz Galveas, diretor presidente da Galwan. Ele me fez um audacioso convite: cantar composições conhecidas de um grande cantor e compositor brasileiro. (Risos) Confesso que levei um susto, mas eu sempre gostei de um desafio, sair um pouco da minha zona de conforto é algo que me motiva. Serão 12 canções.

Os tempos estão difíceis. Qual sua análise?

Nos momentos de dor, é muito comum as pessoas se perguntarem por que estão passando por isso. E, de imediato, colocam as responsabilidades “nos ombros” de Deus: “Onde está Deus? Será que Ele está nos ouvindo? Por que não termina esse sofrimento logo?”. Enfim, o “culpado” de tudo é sempre Deus.

Sinais de desespero...

Eu tenho plena certeza que as nossas dores presentes são frutos das nossas escolhas, da forma de sermos sociedade longe dos princípios divinos. Como somos livres e a minha liberdade toca na sua vida, a minha escolha afeta todos ao meu redor, sofremos as consequências dessas opções. A pandemia, a dor assim vista, não vem de Deus, acredite. De Deus não vem o mal.

Muito se tem falado sobre uma humanidade transformada. Acredita nisso?

No início da pandemia, parecia que algo estava mudando em todos. O ser humano usa a dor para pensar e repensar a vida. Porém, isso não durou muito tempo. Sim, alguns conseguiram crescer pela dor, mas a maioria, a sociedade, penso, não. E não estou, com isso, julgando ninguém. Apenas constatando o que vejo e leio das pessoas.

Pouca coisa mudou...

Continuamos acirrados, divididos, com dificuldade em conviver com o indiferente, impacientes, egoístas e com pouco tempo para Deus. Quando a pandemia se agravou, a solidariedade era latente. Mas parece que passou. É como nas festas de fim de ano: ajudamos uns, mas logo esquecemos e voltamos à rotina da vida.

Não vejo uma sociedade transformada por causa da pandemia. O “novo normal” é só o meio, o virtual. Isso não chegou aos nossos corações. Estamos longe ainda de saber amar. “Ainda somos os mesmos e vivemos, como os nossos pais”.

​A música é uma expressão artística que vai muito além do entretenimento. Por meio de canções, nos declaramos, desculpamos, reconciliamos, e oramos. Enxerga dessa mesma maneira? Qual outro alcance que as composições e melodias atingem, para o senhor?

​A música tem um poder transformador. A princípio, gostamos de uma música mais pela emoção do momento ou do que ela provoca em nós. Só com o tempo é que vamos ouvindo a letra e o que ela nos fala. É como a expressão “amor a primeira vista”: pra mim não existe; o que existe é uma atração. O amor vem com o tempo, com a entrega, a partilha. Assim na música, ouvimos e gostamos - ou não. E depois pensamos na letra, nos identificamos – ou não. Tem música para todos os gostos e momentos da vida.

Sim, a música nos "joga pra cima" quando estamos cansados, nos anima na prática de exercícios, - aos que querem uma paquera, cantar olhando para a pessoa desejada ajuda muito na cantada (risos!), e, na oração então, nos ajuda a entrarmos ainda mais em sintonia com Deus. Eu sempre digo que a música deve ser instrumento e não o foco. Quando não conseguimos rezar sem a música, podemos ter um problema, bem como quando alguém depende da música para paquerar, também pode ser problema.

A música não pode substituir a nossa fala, não pode substituir a nossa relação. É bom ouvir algo que eu gostaria de dizer, mas tem hora que eu preciso dizer com as minhas palavras e não a de outros.

​O fato é que a igreja tem se renovado, sobretudo para chegar a locais/pessoas que estavam mais afastadas, digamos assim. Não amamos o que não conhecemos, não é? E o senhor faz parte de uma geração de padres que acompanham essa vanguarda. Em algum momento, teve receio de não ser compreendido?

​Eu gosto muito dessa frase: “ninguém ama aquilo que não conhece”. As pessoas cada vez mais tem menos tempo para conhecer, para ler. A quem não está acostumado, realmente, os ritos da nossa igreja podem soar estranho, sem sentido, sem emoção.

Nós padres mais novos, frutos também desse tempo, temos nos esforçados para as pessoas conhecerem, viverem. Somos emoção, mas não somente vivemos de emoção. Dar sentido a fé é fundamental. Hoje, mais do que nunca, as pessoas têm carência de entenderem os “porquês” da vida. A vivência religiosa, a filosofia - aliada a teologia, nos ajuda – e muito a vivermos melhor.

​Onde o ser humano está, ali deverá estar um religioso para ouvir, partilhar e semear o Reino de Deus. Não existe local afastado, nem pessoas afastadas, existem locais e pessoas que ainda não conseguimos alcançar, por vários motivos.

​Sobre a compreensão, penso que já passei dessa fase. Quando voltei de Roma, do mestrado em teologia, voltei mais certo, convicto da fé e do meu modo de ser. Hoje, me sinto mais livre para dizer e ser, precisar esperar pela aprovação de alguém.

Procuro transmitir aquilo que entendo da vida, da fé. Nunca seremos compreendidos por todos. Entender isso nos liberta. O caminho foi longo, claro. Houve – e ainda há, muita oração, leitura e terapia.

​O senhor já declarou que é movido a música. Sua relação com ela vem desde quando? Há alguma nota pessoal que possa nos contar? Uma canção que tenha marcado alguma fase importante da sua vida?

​Sim, sou movido a música, mas como disse acima ela não é tudo. A música está presente em todos os momentos da vida. A prática de ouvir e cantar, além do dom que trazemos, vem da minha família. Embora, não somos uma família de instrumentistas, sempre ouvimos e cantamos muito. Lembro, na minha infância e adolescência, viajávamos de carro, em família, todos cantando. Meu pai, sempre aos domingos, ligava o som e acordávamos ouvindo as músicas sertanejas de raiz, os clássicos brasileiros das décadas passadas.

Mas, a música tomou mais corpo, quando aos 13 anos comecei a dar os meus primeiros passos na dança. Não dançava nada, muito tímido, o que em festas me paralisava. Quando surgiram os "passinhos", eu comecei a aprender e, com os meus irmãos, fazíamos as coreografias (risos). Até hoje, quando nos reunimos em família, as músicas das antigas tocam, não tem como ficarmos parados. As coreografias, os “passinhos", estão todos na cabeça e nos pés.

​Eu gosto muito de dançar. Muitas vezes dancei sozinho diante do espelho com fone no ouvido. Quem nunca fez isso! (Risos, muitos!)

​Só não me peça para eleger uma música: tenho várias, para vários momentos, desde as músicas seculares, às religiosas.

​O Natal está a menos de um mês. Planeja alguma live temática?

​Não temos mais lives por agora. Chega né? (Risos) Até porque, o brasileiro está cansado de live. Nós somos muito intensos, "mergulhamos"- de cabeça! - em tudo e nos cansamos rápido e precisamos do espaço entre uma e outra. Caso surja algum convite, ótimo, estou à disposição, mas produzir por agora não, o custo é muito alto.

Apesar dos desafios lançados em 2020, devemos agradecer. Sempre. Para finalizar nossa conversa, qual a mensagem que deixa para as pessoas?

​Não existe nada na vida que aconteça, - mesmo as nossas passagens dolorosas, sem que possamos aprender e a crescer. Minha palavra é GRATIDÃO. Gratidão por tudo. A pandemia veio para reforçar que a vida é um sopro. Hoje estamos bem e amanhã simplesmente somos ceifados do convívio, do afeto, do abraço, do amor. Então, viva intensamente. Ame profundamente. Questione-se, reflita sobre o que a pandemia mudou em você para melhor. Não volte ao normal, - como éramos antes. Vamos recomeçar! Ah, e vamos recomeçar ouvindo música.

“Bênçãos do Rei”

O quê: Live solidária com o padre Anderson Gomes e músicos da Camerata do Sesi, promovida pela Galwan
Quando: Hoje, às 12h30
Onde: Ao vivo na TV Tribuna e, logo após o encerramento da transmissão, a live continuará no canal oficial do padre no YouTube.

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