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Saúde

Isolamento afeta o sono de metade da população


Você provavelmente já percebeu mudanças em seus comportamentos e sentimentos provocadas pelo isolamento social durante a pandemia do novo coronavírus. Uma pesquisa realizada por três professores especialistas do Estado comprova que, de fato, isso tem acontecido.

De acordo com dados da pesquisa “Entre vidas em tempos de coronavírus e isolamento social”, a quarentena afetou o sono de praticamente metade da população no Estado. E a maioria dos entrevistados ainda disse ter sentido tristeza e ansiedade durante o período.

A pesquisa, que também tratou de outras questões relativas à pandemia, foi realizada entre os dias 4 e 8 de junho, por meio de um questionário virtual na plataforma Google Forms, enviado por redes sociais dos professores e para contatos no WhatsApp. Ao todo, 531 pessoas participaram, sendo 441 moradoras do Estado.

Entre os que vivem em solo capixaba, o isolamento social afetou o sono de 219, praticamente metade (49,6%). Desses, 87 passaram a ter problemas para dormir depois da pandemia. Entre os que já tinham problemas para dormir, 120 assinalaram que as dificuldades aumentaram e apenas 12 disseram que o quadro melhorou.

Imagem ilustrativa da imagem Isolamento afeta o sono de metade da população
A estudante de Medicina Ana Carolina Lapa, de 28 anos, decidiu procurar ajuda médica após noites de sono sem dormir. “Dei uma melhorada, mas continuo com muita ansiedade", disse. |  Foto: Leone Iglesias/AT

Seguindo os dados dos moradores do Estado, 55,1% afirmam ter sentido tristeza várias vezes ou sempre, no isolamento social. Da mesma forma, 66,7% disseram que ficaram ansiosos e/ou nervosos. Os dados também mostram que 67,6% se sentem isolados.

“A pesquisa foi feita com a finalidade de tentar identificar o impacto do coronavírus na população, tentando entender como o isolamento social vem afetando as pessoas”, analisou Riberti de Almeida Felisbino, doutor em Ciências Sociais e professor de Ética no colégio Vasco Coutinho, em Vila Velha.

Riberti disse que os dados obtidos são preocupantes: “Mostram que, quanto mais recluso você fica, maior a tendência de ter ansiedade, por exemplo. A pesquisa revelou o que a falta do convívio social é capaz de fazer”.

Além dele, o trabalho também foi realizado por Paulo Magalhães Araújo, mestre em Ciências Sociais, doutor em Ciência Política e professor da Ufes, e Anselmo Hudson Siqueira Nascimento, mestre em Sociologia Política e professor da UVV.

Aumento no consumo de cigarro

Realizada por três professores do Estado, a pesquisa “Entre vidas em tempos de coronavírus e isolamento social” também identificou que, além de problemas com sono e aumento da ansiedade e tristeza, a quarentena também tem provocado maior consumo de cigarro e bebidas alcoólicas.

Entre todos os 531 participantes, incluindo 18% de pessoas de fora do Estado, 92% fumavam cigarro antes do isolamento, enquanto 8% não. A média de consumo antes da pandemia era de oito cigarros por dia e passou para 13.

O consumo de bebidas alcoólicas também aumentou, de dois para três dias por semana, durante o isolamento social.

A alimentação e a rotina de atividades físicas também pioraram. A média de consumo de produtos industrializados aumentou de três vezes por dia para quatro. Por outro lado, a prática de atividades físicas reduziu de quatro vezes por semana para três, entre os que faziam exercícios.

“Esses foram alguns dos dados que mais chamaram a atenção. Há aumento no consumo de cigarros e bebidas alcoólicas e baixa proporção de atividades físicas”, afirma Riberti de Almeida Felisbino, doutor em Ciências Sociais e um dos realizadores da pesquisa.

Análise: “Deve-se viver um dia de cada vez”

“Estudos realizados por neurocientistas comprovam que, quando diante de situações mais críticas, a maior parte das pessoas tende a pensar o pior, a focar no problema, concluindo de maneira pessimista os cenários apresentados.

Isso se dá, principalmente, pelo volume de informações negativas que acabam gerando sentimentos que minam a energia, aumentam o nível de ansiedade, angústia e estresse.

Preocupar-se excessivamente faz com que a pessoa viva à espera de uma catástrofe ou de um imprevisto que vai impactar negativamente a sua vida. É um estado de hipervigilância extremamente cansativo para o emocional e o corpo .

O mais importante é tentar viver um dia de cada vez, com pensamento e energia focados no que você pode fazer para que a sua vida e de quem você ama seja impactada minimamente.

Algumas práticas também ajudam. Evitar redes sociais e grupos que só falem de problemas, jamais envolver-se em discussões, assistir a programas com conteúdo que seja prazeroso para você e não esquecer a atividade física.”

Martha Zouain, psicóloga e diretora da Psico Store

Saiba mais

Redução na prática de atividade física

A pesquisa

  • Promovida pelos professores Riberti Felisbino, Paulo Araújo e Anselmo Nascimento, a pesquisa “Entre vidas em tempos de coronavírus e isolamento social” foi realizada por questionário virtual, entre 4 e 8 de junho.
  • A pesquisa teve respostas de 531 pessoas. Desses, 72% dos participantes moram no Espírito Santo, enquanto 18% em outros estados, como Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Distrito Federal.

Sono

  • Das 219 pessoas que disseram que o isolamento social afetou o sono (praticamente a metade: 49,6%), 87 começaram a ter dificuldades para dormir com a pandemia. Entre os que já tinham problemas para dormir, 120 passaram a ter mais dificuldades, enquanto para apenas 12 o quadro melhorou.
  • Nesse quesito, somando os participantes de fora do Estado, 36% disseram que o isolamento não afetou o sono e continuaram dormindo bem, mas 26% começaram a ter problemas para dormir. Entre os que já tinham dificuldades, o quadro de 26% piorou, enquanto para 2% melhorou e para 15% permaneceu o mesmo.

Tristeza e ansiedade

  • Incluindo os participantes de fora do Estado, 41% assinalaram sentimento de tristeza e 43%, de ansiedade e/ou nervosismo.

Hábitos

  • A pesquisa também mostrou que o consumo de cigarros aumentou de 8 para 13 por dia, entre os fumantes, e de bebidas alcoólicas de duas para três vezes por semana, entre os que já consumiam o produto.
  • O consumo de produtos industrializados também aumentou de três para quatro vezes por dia entre os que consumiam alimentos do tipo.
  • A prática de atividades físicas caiu de quatro vezes por semana para três, entre os que fazem exercícios.

Fonte: Pesquisa citada.

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