Venezuela condena exercícios militares dos Estados Unidos no Caribe
O ministro da Defesa venezuelano, Vladimir Padrino, rechaçou neste sábado, 22, as manobras e exercícios militares realizados pelos Estados Unidos em Trinidad e Tobago, país que, de acordo com Padrino, "emprestou seu território" para ameaçar a Venezuela.
"Rechaçamos contundentemente manobras, exercícios e desdobramentos em nossa área próxima de interesse na Venezuela, basta de mentiras, de injúrias", disse Padrino, durante um evento público neste sábado.
Autoridades de Trinidad e Tobago, que fica a apenas 11 quilômetros da Venezuela em seu ponto mais próximo, anunciaram há alguns dias a realização de exercícios militares conjuntos com os EUA, pela segunda vez. As manobras ocorrem em meio às operações que Washington mantém no Caribe e que, segundo o presidente norte-americano Donald Trump, buscam combater o narcotráfico na região.
Segundo Padrino, as simulações representam uma ameaça à Venezuela, assim como a todo o continente. "Manobras inocentes, isso não existe", declarou o ministro.
"É triste que o governo de Trinidad e Tobago empreste seu território, degrade seu território, sua soberania para que ali se instalem instrumentos para a morte e destruição massiva de povos", criticou.
As forças militares americanas têm realizado desde setembro uma série de ataques contra embarcações suspeitas de traficar drogas em águas internacionais do Caribe e do Pacífico, incluindo vários botes que, de acordo com Washington, saíram da Venezuela. Pelo menos 80 pessoas morreram desde então.
Tensão no Caribe
Chamada de "Operação Lança do Sul", o grande aumento das forças navais americanas no Caribe é o maior desde a Crise dos Mísseis Cubanos e o bloqueio de Cuba em 1962.
O porta-aviões Gerald R. Ford chegou ao Caribe no último fim de semana, e agora há 15 mil tropas na região, incluindo fuzileiros navais em navios anfíbios e soldados em bases militares em Porto Rico.
Na última semana, o republicano também deu aval para que a CIA realizasse operações secretas dentro da Venezuela. Essas medidas podem preparar o campo de batalha para ações futuras.
Apesar das tensões persistentes, Trump não descartou iniciar um diálogo com Maduro. No entanto, seu governo indicou que se prepara para designar como organização terrorista um cartel que afirma ser liderado por Maduro e outros altos funcionários do governo venezuelano.
*Com informações de agências internacionais
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