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Internacional

Trump e Putin iniciam negociação para o fim da guerra na Ucrânia

A ligação de 90 minutos foi a primeira vez que os presidentes de EUA e Rússia conversaram desde a invasão russa da Ucrânia, em fevereiro de 2022


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Imagem ilustrativa da imagem Trump e Putin iniciam negociação para o fim da guerra na Ucrânia
|  Foto: Agência Brasil/Estadão Conteúdo | Montagem: TribunaOnline

Donald Trump disse nesta quarta, 12, que começou a negociar o fim da guerra na Ucrânia com o presidente russo, Vladimir Putin. A declaração foi feita após uma ligação entre os dois e sinaliza uma mudança na relação dos EUA com a Rússia. Um exemplo do novo cenário foi a declaração do chefe do Pentágono, Pete Hegseth, feita horas antes, de que restabelecer a fronteira pré-guerra entre os dois países é uma meta "irrealista".

Falando a jornalistas ontem, Trump concordou com Hegseth e disse que "improvável" que as fronteiras voltem a ser as mesmas de 2014. Ele escreveu em sua rede social que ele e Putin haviam "concordado em trabalhar juntos", expressando confiança nas conversas e prometendo que "mais nenhuma vida deveria ser desperdiçada" na guerra. O americano afirmou que os dois também concordaram em conversar pessoalmente - ele recebeu um convite para ir a Moscou, embora a viagem ainda não tenha data confirmada.

A ligação de 90 minutos foi a primeira vez que os presidentes de EUA e Rússia conversaram desde a invasão russa da Ucrânia, em fevereiro de 2022. A conversa ocorreu antes de Trump telefonar para Volodmir Zelenski, presidente ucraniano, e de qualquer aceno para os aliados europeus, um sinal de que a Casa Branca não está disposta a trabalhar com Ucrânia e Europa para encontrar uma estratégia comum de negociação.

"Queremos parar as milhões de mortes que estão ocorrendo na guerra", disse Trump sobre o telefonema com Putin. "Concordamos que nossas equipes iniciem as negociações imediatamente. E começaremos ligando para o presidente Zelenski para informá-lo sobre a conversa."

Com a movimentação de ontem, os EUA jogaram água fria nas esperanças da Ucrânia de garantir sua entrada na Otan e de restaurar as fronteiras de antes da anexação da Crimeia pela Rússia, em 2014. O anúncio de Trump e as declarações de Hegseth confirmaram os temores de que os americanos suavizaram o cerco a Moscou.

Otan

Em uma cúpula da Otan em Bruxelas, o chefe do Pentágono afirmou que nenhum soldado americano será enviado à Ucrânia e a Europa é que deve fornecer a maior parte da ajuda letal e não letal ao país. "Para deixar claro, como parte de qualquer garantia de segurança, não haverá tropas americanas mobilizadas", disse.

Hegseth falou em obter uma "paz duradoura" para que a guerra não comece novamente, mas jogou no colo da Europa a responsabilidade de garantir a segurança de um acordo. A missão, segundo ele, não pode ser da Otan e não seria protegida pelo Artigo 5.º da aliança, que fala em defesa mútua - um ataque a um país-membro deve ser respondido por todos de forma coletiva.

Diplomatas europeus ainda tentaram, sem sucesso, convencer o governo americano a aceitar a participação da Europa nas negociações. O argumento é que o estado pós-conflito na Ucrânia seria uma parte essencial da arquitetura de segurança da Europa.

Em vez disso, os europeus agora acreditam que serão pressionados a financiar sozinhos qualquer acordo alcançado com a Rússia, incluindo o envio de armas, equipamento e tropas de manutenção da paz.

A Rússia estabeleceu uma posição firme antes de iniciar qualquer negociação, exigindo que a Otan reverta a maior parte de sua expansão após o fim da Guerra Fria no leste da Europa e insistindo que a Ucrânia reconheça a anexação russa de quatro regiões do sudeste e leste do país, nenhuma das quais Moscou controla totalmente.

Moscou

A versão do Kremlin do telefonema foi mais contida do que a da Casa Branca e sugere que a Rússia não pretende flexibilizar suas exigências. Dmitri Peskov, porta-voz de Putin, disse que o russo concorda que é "hora de trabalhar junto" com Trump em uma "solução de longo prazo", mas advertiu que é "essencial resolver as causas do conflito".

A declaração foi vista como um sinal de que a Rússia não aceitará um simples cessar-fogo e buscará concessões mais amplas, incluindo uma garantia de que a Ucrânia não seja aceita na Otan - exatamente na direção das declarações de Hegseth em Bruxelas.

Peskov confirmou ainda que Putin convidou Trump para ir a Moscou e estava preparado para se reunir com autoridades dos EUA para discutir "questões de interesse mútuo". Os dois também discutiram a cooperação econômica e o programa nuclear iraniano, de acordo com Peskov.

Por fim, o porta-voz disse que a Rússia não aceita trocar território com a Ucrânia, como sugeriu Zelenski, em entrevista publicada na terça-feira pelo jornal britânico The Guardian. A proposta do ucraniano seria abandonar as áreas tomadas por suas tropas na região russa de Kursk, e receber de volta as províncias ocupadas por Moscou no leste e sudeste do país.

"Isso é impossível", afirmou Peskov. "A Rússia nunca discutiu e nunca discutirá a troca de seu território." As forças ucranianas em território russo, segundo o porta-voz do Kremlin, serão destruídas e expulsas do país.

Desprestígio

Em outro sinal preocupante para a Ucrânia, Trump disse que havia indicado como negociadores o secretário de Estado, Marco Rubio, o diretor da CIA, John Ratcliffe, o conselheiro de Segurança Nacional, Mike Waltz, e o enviado especial para o Oriente Médio, Steve Witkoff. A lista não inclui seu enviado para a Ucrânia, Keith Kellogg. A conversa com Zelenski, além de ter acontecido depois do telefonema com Putin, durou apenas uma hora, segundo a Casa Branca.

Em comunicado, Zelenski disse que teve com Trump uma "longa conversa" sobre as chances de paz. O ucraniano relatou que o americano deu detalhes de sua conversa com Putin e falaram sobre "capacidades tecnológicas, incluindo drones e outras produções modernas".

Uma autoridade ucraniana revelou que Zelenski fez uma atualização sobre a situação no campo de batalha e o envio de tropas norte-coreanas para lutar ao lado das forças russas na região de Kursk. Mais tarde, Trump escreveu no Truth Social que a ligação com Zelenski "foi muito boa".

Após três anos da invasão russa, a Ucrânia enfrenta dificuldades na linha de frente e incerteza sobre a continuidade da ajuda dos EUA, depois que Trump voltou à Casa Branca. Os republicanos, que controlam a Câmara e o Senado, estão cada vez mais refratários em financiar a resistência aos russos.

Nas últimas semanas, os três países - Ucrânia, Rússia e EUA - emitiram sinais que apontam para a possibilidade de uma negociação. O fim da guerra foi uma promessa de campanha de Trump. Ele garantiu que o conflito terminaria no primeiro dia após a posse. Depois, pediu mais 100 dias para concluir um acordo de paz.

Nesta sexta, 14, Zelenski se reunirá com o vice-presidente dos EUA, J.D. Vance, durante a conferência de segurança em Munique, na Alemanha. Kellogg, o enviado de Trump à Ucrânia, que ficou encarregado de elaborar uma proposta para o fim do conflito, visitará Kiev na semana que vem.

Troca

Por enquanto, o único acordo entre EUA e Rússia foi uma troca de presos. Na terça-feira, 11, Trump recebeu na Casa Branca Marc Fogel, jornalista americano que foi detido na Rússia em 2021, acusado de posse de drogas. Ontem, o americano afirmou que a Rússia agiu "muito bem" e disse esperar que o gesto de boa vontade seja "o começo de uma relação que possa acabar com a guerra". O Kremlin afirmou que a libertação ocorreu em troca de um cidadão russo preso nos EUA, cuja identidade não foi divulgada. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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