Trump diz que nunca teve o 'privilégio' de ir à ilha de Jeffrey Epstein
Epstein possuía duas ilhas nas Ilhas Virgens Americanas, onde ele levava amigos famosos e da alta sociedade
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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que nunca teve o "privilégio de ir" à ilha de Jeffrey Epstein, referindo-se à ilha particular onde o magnata era suspeito de traficar meninas menores de idade.
As declarações ocorrem em um momento em que o republicano tenta negar a sua relação com Epstein —os dois conviveram por anos— e está sendo pressionado pela sua base de apoiadores para divulgar todos os documentos relacionados à investigação do caso.
"Nunca tive o privilégio de ir à ilha dele, e eu recusei o convite. Mas muitas pessoas em Palm Beach foram convidadas para a ilha dele. Em um dos meus melhores momentos, eu recusei", afirmou Trump a jornalistas na segunda-feira (28) em Turnberry, na Escócia.
Sem apresentar provas, ele disse que o ex-presidente Bill Clinton teria ido à ilha 28 vezes. Trump também afirmou ainda que Larry Summers, secretário do Tesouro também no governo Clinton, teria visitado o local diversas vezes.
Epstein possuía duas ilhas nas Ilhas Virgens Americanas, onde ele levava amigos famosos e da alta sociedade e foi acusado de traficar menores de idade para exploração sexual.
Trump disse que proibiu Epstein de frequentar seu clube Mar-a-Lago, na Flórida, por supostamente ter contratado alguns dos funcionários que trabalhavam para o republicano. "Ele roubou pessoas que trabalhavam para mim. Eu disse: 'Nunca mais faça isso'. Ele fez de novo. E eu o expulsei do lugar, persona non grata. Eu o expulsei, e foi isso", contou o presidente nesta segunda.
Ele também afirmou que seu nome pode ter sido incluído de forma fraudulenta nos arquivos relacionados ao caso Epstein. Sem provas, o republicano sugeriu que o ex-presidente Joe Biden e ex-integrantes do alto escalão do seu governo, como o ex-secretário de Justiça Merrick Garland e o ex-diretor do FBI James Comey, teriam manipulado os documentos.
Ao ser questionado sobre o seu nome supostamente aparecer diversas vezes nos arquivos da investigação sobre o caso do magnata, Trump disse que a história é uma farsa.
Segundo a imprensa americana, Trump teria sido informado pelo Departamento de Justiça americano em maio de que seu nome aparece diversas vezes nos arquivos da investigação sobre Epstein, diferentemente do que o republicano vem afirmando.
Trump disse ainda nesta segunda que, caso houvesse algo relevante, as informações já teriam vindo a público. "O caso todo é uma farsa. Eu estava concorrendo contra alguém que controlava esses arquivos. Se eles tivessem algo, já teriam divulgado".
Ironicamente, alas mais à esquerda do Partido Democrata fizeram o mesmo questionamento, se perguntando por que Garland e Biden não divulgaram a menção de Trump nos arquivos quando estavam no poder, sugerindo que isso poderia ter garantido a derrota do republicano nas eleições de 2024.
A menção a Trump nos registros, por si só, não indica irregularidades ou envolvimento em atividades ilícitas. Em divulgações anteriores de materiais relacionados ao caso, o nome de Trump já havia aparecido, além de menções à família do republicano, uma vez que ele conviveu com Epstein por anos.
Segundo autoridades ouvidas pelo jornal americano The Wall Street Journal, a secretária de Justiça, Pam Bondi, e seu subsecretário, Todd Blanche, comunicaram ao presidente que os arquivos continham o que ambos consideravam "boatos não verificados" sobre muitas pessoas, inclusive Trump.
Epstein, acusado de tráfico de pessoas e abuso sexual de menores de idade, foi preso em julho de 2019 e se suicidou dentro da cadeia em Nova York.
O episódio gerou uma série de teorias da conspiração sugerindo que ele teria sido assassinado devido a interesses de poderosos que desejavam esconder sua relação com o esquema de pedofilia e exploração sexual de menores.
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