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Internacional

Procuradores se rebelam contra ordem dE Trump de arquivar denúncia contra prefeito de NY


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A ordem para arquivar a acusação de corrupção contra o prefeito de Nova York, o democrata Eric Adams, que promete colaborar com o presidente Donald Trump para conter a imigração, provocou uma debandada no Departamento de Justiça. Sete funcionários entregaram seus cargos até esta sexta-feira, 14.

Em paralelo, cresce a pressão para que Eric Adams deixe a prefeitura de Nova York. O democrata é acusado de negociar a retirada das acusações do Departamento de Justiça em troca da ajuda para reprimir a imigração ilegal. Ele nega.

Na decisão, o número dois do Departamento de Justiça, Emil Bove, indicado por Donald Trump, argumentou que as acusações contra Adams "restringiram indevidamente sua capacidade de dedicar toda a atenção e recursos ao combate à imigração ilegal e ao crime".

Até esta sexta-feira, contudo, nenhum promotor federal cumpriu a ordem emitida na segunda, o que reforça a agitação no Departamento de Justiça.

Ontem, a procuradora em Nova York Danielle Sassoon, uma republicana, entregou o cargo, recusando-se a arquivar o processo "por razões que não têm nada a ver com sua solidez". Ela denunciou que a defesa de Eric Adams teria feito um acordo para retirar as acusações.

O principal promotor da investigação, Hagan Scotten, disse que estava totalmente de acordo com a decisão de Danielle Sassoon. Em dura carta de demissão destinada a Emil Bove, ele declarou que seria preciso um "tolo" ou "covarde" para atender a exigência de arquivar o caso.

"Em nenhum regime livre pode-se permitir que o governo utilize a retirada de acusações como prêmio, ou a ameaça de reapresentá-las, para induzir um funcionário eleito a apoiar seus objetivos políticos", acrescentou.

Além de Danielle Sassoon e Hagan Scotten, mais cinco funcionários do Departamento de Estado renunciaram.

Eric Adams, por sua vez, rechaçou a acusação. "Quero ser muito claro com os nova-iorquinos: Eu nunca ofereci, nem ninguém ofereceu em meu nome, qualquer troca da minha autoridade como prefeito pelo encerramento do caso", disse ele. "Nunca."

Antes disso, o seu advogado Alex Spiro havia classificado a acusação como "mentira total". Mas disse: "Nos perguntaram se o caso tinha alguma relação com a segurança nacional e a aplicação das leis de imigração, e respondemos com sinceridade que sim."

Pressão pela renúncia de Eric Adams

O prefeito de Nova York foi indiciado em setembro, alvo de cinco acusações, incluindo suborno e fraude. Segundo a denúncia, ele teria recebido doações ilegais para a campanha e aceitado luxuosos presentes em troca de favores de empresários e funcionários turcos.

Eric Adams se declara inocente. "Nunca infringi a lei", disse no começo da semana, quando agradeceu ao Departamento de Justiça de Donald Trump pela ordem de retirar a acusação.

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Ainda que escape do processo por corrupção, contudo, o prefeito de Nova York tem o futuro político incerto. Eric Adams se prepara para disputar as primárias do Partido Democrata e buscar a reeleição, mas cresce a pressão para que ele renuncie ou a governadora Kathy Hochul use seu poder para removê-lo do cargo.

A deputada por Nova York Alexandria Ocasio-Cortez, da ala mais progressista do Partido Democrata, disse em uma publicação nas redes sociais que Adams estava "colocando a cidade de Nova York e seu povo em risco". Se ele não renunciar, acrescentou, "deve ser removido".

A renúncia também foi defendida pelo vice-governador do Estado de NY, o democrata Antonio Delgado. "Está claro que ele está comprometido e não é mais capaz de tomar decisões no melhor interesse da cidade de Nova York", disse.

A governadora Kathy Hochul, por sua vez, foi mais cautelosa, embora não tenha descartado destituir Eric Adams. "As acusações são extremamente preocupantes e sérias", disse em uma entrevista à MSNBC. "Mas eu não posso, como governadora deste estado, ter uma reação precipitada e politicamente motivada."

Adams apareceu no programa Fox and Friends ao lado Thomas Homan, o "czar da fronteira" de Donald Trump, e disse que não estava "atrapalhando" os esforços de deportação, ao contrário de muitos de seus colegas democratas. "Estou colaborando".

O prefeito de Nova York anunciou ainda que vai permitir a atuação das autoridades federais para imigração na prisão de Rikers Island, uma das maiores do país. A maioria das pessoas detidas lá ainda não foi condenada.

"Como sempre disse, os imigrantes foram cruciais na construção da nossa cidade e continuarão a ser a chave para o nosso sucesso futuro, mas precisamos consertar nosso sistema de imigração há muito falido", disse em comunicado emitido após uma reunião com Thomas Homan.

Responsável pela deportação em massa prometida por Trump, o "czar da fronteira" argumentou que a presença dos agentes federais no presídio é necessária para remover criminosos violentos que entraram no país ilegalmente.

Para os críticos, a medida é legalmente duvidosa. "Não serve a nenhum propósito legítimo e abre a porta para conluio ilegal entre as autoridades policiais locais e autoridades federais de imigração, violando as proteções de santuário bem estabelecidas da nossa cidade", disse Zach Ahmad, consultor da União pelas Liberdades Civis de Nova York.

Nova York, um bastião democrata e progressista, tem status de "cidade santuário", o que prevê uma cooperação limitada com os agentes federais encarregados de combater a imigração ilegal. Eric Adams, contudo, prometeu trabalhar mais de perto com Donald Trump.

Para a vereadora Tiffany Cabán, que representa Rikers Island, a ideia de permitir que disse que os agentes da imigração operem no presídio está alinhada com o alarmismo do governo republicano sobre imigrantes "perigosos, violentos e criminosos".

"O que veremos é que as pessoas mais vulneráveis, que foram acusadas de crimes decorrentes da pobreza, serão enviadas de volta aos lugares onde estão mais em perigo", disse ela. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

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