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Internacional

Piloto cego dirige a 180km/h em circuito

Apaixonado por carros, Pacho teve que se afastar do volante por causa de uma doença, mas arranjou uma forma de se aventurar na pista


Imagem ilustrativa da imagem Piloto cego dirige a 180km/h em circuito
|  Foto: G.D.Olmo /BBC Brasil

Um carro vermelho cruza a reta do circuito de La Chutana a 180km/h, localizada a 44 quilômetros ao Sul de Lima, no Peru. O veículo estaciona nos boxes. O piloto retira o capacete e a balaclava. Satisfeito, ele faz um sinal de joia para a câmera. “Sou Pacho Kantt e sou cego”.

Aos 48 anos, Pancho não vê nada. Só é capaz de perceber fontes intensas de luz. Resultado de uma doença congênita chamada retinite pigmentosa, que gradualmente obscureceu sua visão até que ele ficou cego em 2005. Mas basta passar algum tempo com ele para perceber que a doença roubou sua visão, mas não sua energia.

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Ele se move com a ajuda de Piero Polar, seu amigo do peito. Ele caminha segurando no ombro dele. Quando ambos começaram a competir e vencer os “rallies” peruanos, Piero estava ao volante — enquanto Pacho fazia parte da equipe que cuidava da mecânica, gestão, estratégia, etc. 

“Um dia, disse a Piero: ‘Quero ir no seu carro’. Ele me disse: ‘Claro, te dou carona’. Ele não tinha entendido. Tive que insistir: ‘Piero, eu quero dirigir’.” O que começou como uma ideia maluca se tornou realidade. Piero sempre vai atento no banco do passageiro, como copiloto, dizendo a Pacho o que fazer em cada momento.

Depois de muita prática, Pacho começou a fazer corridas de demonstração.

“Meu objetivo era mostrar às pessoas que não existe dificuldade grande o suficiente, que você sempre pode se superar”.

Ele conhece com a palma da mão o trajeto de 2,3 quilômetros do circuito de La Chutana. Sua volta mais rápida é de 1 minuto e 30 segundos. “Não se trata de ir mais rápido, mas de transmitir a mensagem de que você nunca deve parar”.

O desafio seguinte foi completar uma de suas corridas de demonstração em um circuito desconhecido, o que finalmente aconteceu no Equador. “Quando fiquei cego, decidi que isso não iria me deter”, disse ele à BBC News Mundo, ainda vestido com o macacão. Ele teve que parar de dirigir na rua, o que ele lembra como “um golpe forte”. “Desde criança, eu amo carros”.

Pacho tem uma filha de 15 anos, que mora com ele desde que se separou da mãe dela, há 11 anos. Quando ela nasceu, ele já era cego. “É a primeira coisa que vou ver se algum dia recuperar a visão, é o rosto dela”. Para realizar esse sonho um dia, Pacho precisa de um transplante de retina, um tratamento que ainda não está disponível.

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