Novo remédio reduz avanço do Alzheimer
Apesar de desacelerar o declínio cognitivo, o lecanemab apresentou efeitos colaterais em alguns pacientes que participaram dos testes
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Pesquisadores relataram que uma droga experimental retardou moderadamente o inevitável agravamento do Alzheimer, doença que lentamente destrói habilidades de memória e pensamento e outras funções mentais importantes.
O lecanemab, produzido pela empresa americana de biotecnologia Biogen juntamente com a farmacêutica japonesa Eisai, já havia mostrado resultados positivos em setembro, quando foi anunciado que a droga diminuiu cerca de 27% a taxa de declínio cognitivo em uma escala de demência clínica durante período de 18 meses (taxa essa comparada com a de pacientes que receberam placebo).
Agora, as empresas divulgaram os resultados completos de seu estudo com cerca de 1.800 participantes entre 50 e 90 anos com Alzheimer em estágio inicial em um congresso em San Francisco, nos Estados Unidos, e publicaram o material no prestigiado periódico científico The New England Journal of Medicine.
Os novos dados, porém, embora celebrados, mostraram que a droga – um anticorpo projetado para remover depósitos de uma proteína chamada beta-amilóide, que se acumula no cérebro de pessoas com Alzheimer – foi associada a um tipo perigoso de inchaço cerebral em cerca de 13% dos pacientes que participaram do estudo.
Alguns pacientes também apresentaram sangramentos no cérebro, com cinco sofrendo macro-hemorragias e 14% sofrendo micro-hemorragias – um sintoma ligado inclusive a duas mortes de pessoas que receberam a droga em um estudo de acompanhamento.
Em comunicado, a farmacêutica japonesa Eisai disse acreditar que as mortes “não podem ser atribuídas ao lecanemab”. Essas fatalidades, contudo, ainda estão sendo investigadas, visto que os cientistas ainda não sabem ao certo se foram causadas pela droga.
“Todos nós entendemos que isso não é uma cura, mas estamos tentando realmente compreender o que significa retardar o Alzheimer, porque isso é algo inédito”, disse Maria Carrillo, diretora científica da Associação de Alzheimer dos Estados Unidos.
A Eisai está buscando a aprovação da droga com a Agência de Alimentos e Medicamentos (FDA), a reguladora norte-americana. Uma decisão sobre a aprovação do medicamento é esperada para o início de janeiro de 2023.
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