Negócios, paz com Israel e pacto militar: a visita de bin Salman alman à Casa Branca
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, irá receber o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, na Casa Branca nesta terça-feira, 18. Essa será a primeira visita do saudita a Washington desde o assassinato do jornalista do Washington Post Jamal Khashoggi por agentes sauditas em 2018.
Sete anos depois da morte de Khashoggi, as relações entre Riad e Washington estão em um bom momento, com grandes laços comerciais e um possível pacto militar. "Eles têm sido grandes aliados", disse Trump sobre os sauditas na véspera da visita.
Antes da chegada de Bin Salman, Trump anunciou que concordou em vender aos sauditas jatos de combate F-35, apesar de algumas preocupações dentro do governo de que a venda poderia levar a China a ganhar acesso à tecnologia americana por trás do sistema de armas avançado.
Israel
Durante a visita, Trump também deve tentar persuadir o príncipe a avançar no processo de normalização das relações diplomáticas com Israel. Em seu primeiro mandato, Trump costurou os Acordos de Abraão, que permitiram o estabelecimento de laços diplomáticos entre Tel-Aviv e Bahrein, Marrocos, Sudão e Emirados Árabes Unidos.
O republicano avalia que a expansão dos acordos é essencial para seus esforços mais amplos para construir estabilidade no Oriente Médio após a guerra de dois anos entre Israel e o grupo terrorista Hamas em Gaza. Caso Riad normalize as relações com Israel, outros países seguiriam os sauditas, segundo Trump.
Apesar disso, a Arábia Saudita ressaltou que só irá normalizar as relações com Israel quando os israelenses permitirem o estabelecimento de um caminho claro para a criação de um Estado palestino.
Pacto militar e negócios
Os sauditas também estão buscando receber garantias formais de Trump que definam o escopo da proteção militar dos EUA para o reino. Depois dos bombardeios israelenses contra membros do grupo terrorista Hamas no Catar, os países do Golfo sinalizaram receio sobre à eficácia das garantias de segurança americanas.
Mas Trump sinalizou em diversas oportunidades após os ataques que não permitiria que Tel-Aviv atacasse os países do Golfo novamente. Oficiais do governo americano também disseram que os bombardeios israelenses fizeram com que o presidente americano se convencesse de que era necessário acabar com a guerra em Gaza.
A importância dos países do Golfo para Trump foi ressaltada na escolha de Riad como o primeiro destino do presidente americano em seu retorno à Casa Branca. "Nos últimos oito anos, a Arábia Saudita provou que os críticos estavam completamente errados", declarou Trump durante a visita.
Durante a viagem de Bin Salman a Washington, ele deve anunciar um investimento multimilionário em infraestrutura de inteligência artificial dos EUA, e os dois países definirão detalhes sobre uma nova cooperação no setor de energia nuclear civil. (Com informações de agências internacionais)
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