Módulo indiano faz pouso histórico em região da Lua
A missão espacial não-tripulada vai durar 14 dias e explorar a superfície, e transmitir dados e imagens quando voltar à Terra
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O módulo lunar da Índia, Chandrayaan-3, fez um pouso histórico em uma região quase inexplorada próxima ao polo sul da Lua na manhã de quinta-feira (23) (pelo horário de Brasília). A descida começou por volta das 9h15 e foi concluída às 9h34, de acordo com a Organização de Pesquisa Espacial Indiana (ISRO). É a primeira vez que um módulo espacial terrestre pousa no polo sul lunar.
A missão espacial não-tripulada foi lançada no dia 14 de julho, e entrou na órbita lunar em 5 de agosto. O feito indiano repete o feito da China, único país a atingir a superfície do satélite terrestre neste século, consolidando-se ainda mais como um ator de peso na nova corrida espacial.
Ao iniciar a descida, a Chandrayaan-3 entrou na etapa que alguns cientistas chamam de “15 minutos de terror” — a mesma etapa em que a missão indiana anterior havia falhado. A grande dificuldade, de acordo com os cientistas, é a transição de uma posição horizontal de alta velocidade para uma posição vertical, além do desafio de pousar em uma superfície irregular, com crateras e pedregulhos.
A Chandrayaan-3 — sânscrito para nave lunar — possui um módulo de pouso chamado Vikram, que significa coragem em sânscrito, e um rover chamado Pragyan, a palavra sânscrita para sabedoria. O objetivo da missão, que deve durar 14 dias, é explorar a superfície e transmitir dados e imagens de volta à Terra.
Na África do Sul para o encontro do Brics, o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, interrompeu suas atividades para entrar em uma transmissão ao vivo e acompanhar o pouso do módulo lunar.
“Nesta feliz ocasião, gostaria de me dirigir às pessoas do mundo. O sucesso da missão lunar da Índia não é apenas da Índia. Este sucesso pertence a toda a humanidade.”
A missão Chandrayaan-3 chamou a atenção do público desde a sua decolagem, há seis semanas, diante de milhares de espectadores entusiasmados. Políticos locais realizaram rituais de oração hindus para desejar sucesso à missão e, nas escolas, os alunos assistiram aos últimos momentos do pouso, transmitidos ao vivo.
A missão, com um custo de US$ 74,6 milhões (cerca de R$ 365 milhões), confirma a ambição e o rápido desenvolvimento do programa espacial indiano, que em 2008 lançou uma sonda em órbita lunar.
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