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Internacional

Israel mata líder do Hamas e mentor do atentado de 7 de outubro


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O Exército israelense confirmou nesta quinta-feira, 17, a morte do líder do Hamas, Yahya Sinwar, arquiteto do atentado de 7 de outubro do ano passado. A troca de tiros que eliminou o comandante do grupo palestino ocorreu na quarta-feira, 16, em Rafah, no sul da Faixa de Gaza. Os militares tinham informação de que Sinwar estaria escondido na área, mas não sabiam onde.

A morte, no entanto, foi quase casual. O Exército confirmou ontem que a operação que havia matado três terroristas não tinha Sinwar como alvo. Apenas quando os soldados se aproximaram dos corpos é que perceberam que um deles poderia ser o chefe do Hamas.

A confirmação de que era de fato de Sinwar veio apenas mais tarde, após um exame de DNA. Parte do dedo do terrorista foi levada para testes rápidos em laboratórios israelenses, uma vez que os escombros do prédio onde ele estava eram um campo minado. No início da noite, o corpo dele foi recolhido e enviado para Israel.

Em uma declaração conjunta, o Exército e o Shin Bet, o serviço de inteligência, disseram que as operações militares de Israel restringiram gradualmente a área de atuação de Sinwar, o que acabou levando à sua morte. O governo do primeiro-ministro Binyamin Netanyahu se apressou em esclarecer que nenhum refém foi morto no ataque.

O premiê, no entanto, fez uma ameaça. "Aos terroristas do Hamas. Seus líderes estão fugindo ou sendo eliminados. Peço a todos que estiverem com reféns, deponham as armas, libertem todos e vocês serão poupados", disse Netanyahu, em declaração transmitida pela TV.

Atentado

Desde o início da ofensiva contra o Hamas em Gaza, em outubro do ano passado, em retaliação aos ataques que mataram 1,2 mil pessoas em Israel e ao sequestro de mais de 200, autoridades israelenses afirmaram várias vezes que o objetivo era aniquilar o grupo. Nessa operação militar, o maior alvo era Sinwar, que por 374 dias conseguiu se esconder pelos túneis e escombros do enclave.

A morte de Sinwar serviu para renovar os apelos por um cessar-fogo em Gaza. O presidente dos EUA, Joe Biden, falou com Netanyahu por telefone e disse que finalmente Israel tinha uma grande oportunidade de concluir um acordo para libertar os reféns. "É hora de seguir em frente. Espero que ele (Netanyahu) termine a guerra", disse Biden.

No entanto, o próprio Netanyahu tratou de reduzir as expectativas por uma trégua. "O mal foi atingido, mas nossa tarefa ainda não está completa", disse o premiê. "A pessoa que esteve à frente do pior ataque contra judeus desde o Holocausto está morta. Mas a guerra ainda não acabou."

Parentes dos sequestrados se reuniram em Tel-Aviv, em uma mistura de satisfação e temor pela vida dos reféns. "É o fim de um ciclo", disse Anna Astmaker, prima de Karina Ariev, soldado sequestrada no ano passado. "Muitos estão comemorando, e com razão. Mas o que isso significa para os reféns?", questionou.

Prisão

Nascido em uma família de refugiados palestinos, Sinwar, de 62 anos, entrou para a militância armada quando Israel ainda ocupava Gaza. Após algumas passagens pela cadeia, por "atividades islâmicas", aproximou-se do fundador do Hamas, Ahmed Yassin, e assumiu o serviço de segurança interna do grupo.

Em 1989, foi condenado à prisão perpétua por quatro homicídios. Na prisão, tornou-se fluente em hebraico e, após ter feito uma cirurgia para retirar um tumor no cérebro, chegou a receber uma proposta para colaborar com Israel. Recusou. Em 2011, entrou na troca de mil palestinos pelo soldado israelense Gilad Shalit, e voltou para Gaza.

Com as mortes de Ismail Haniyeh, então chefe do gabinete político do Hamas, assassinado em julho no Irã, e de Mohamed Deif, chefe do Estado-Maior do grupo, morto em julho, Sinwar havia se tornado a figura principal da organização.

Na sua ausência, os candidatos a líder passam a ser Khaled Meshal, um dos fundadores e ex-chefe político do Hamas, que vive no exílio na Turquia; Khalil al-Hayya, um dos principais comandantes das Brigadas al-Qassam, braço armado do grupo e vice-líder em Gaza; e Mohamed Sinwar, irmão do líder morto ontem.

Reação

No enclave onde viveu seus últimos anos, os palestinos reagiram com um otimismo contido com a morte de Sinwar. Parte dos civis recebeu a notícia com alívio. "Eu queria que ele apodrecesse no inferno. Ele é responsável por toda essa destruição", disse Fadia, professora de 42 anos de Jabalia - ela pediu que seu sobrenome não fosse publicado, com medo de retaliação.

Rezeq el-Sabti, chefe de família de 44 anos, que vive com a família em uma tenda improvisada em Nuseirat, no centro da Faixa de Gaza, demonstrou otimismo com relação ao fim dos combates. "Netanyahu dirá ao seu povo que mataram Sinwar", disse. "Isso me dá esperança de que a guerra possa acabar." De acordo com ele, o atentado de 7 de outubro foi um erro, já que o Hamas não tinha planos para proteger os moradores de Gaza. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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