Hospital condenado por amputar pênis de paciente
Homem passou por várias cirurgias desnecessárias durante três anos e tomou coquetéis de remédios após ter o membro amputado sem necessidade
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Um homem de 38 anos receberá uma indenização de 62 mil euros (cerca de R$ 340 mil) após um erro médico resultar na amputação de seu pênis.
Em 2014, ele passava por um tratamento de câncer de pele no órgão genital no Hospital Universitário de Nantes, na França.
O resultado de uma consulta trouxe o diagnóstico incorreto de quadro avançado de carcinoma —um tumor maligno— no pênis.
Ele passou por várias cirurgias desnecessárias durante três anos e tomou coquetéis de morfina, tramadol e codeína para aliviar as dores após ter o membro amputado sem necessidade.
O tribunal administrativo de Nantes analisou o caso e conclui na quarta-feira (21) que o hospital cometeu “infrações culposas” contra o paciente.
Embora o valor tenha sido fixado em 62 mil euros, a defesa da vítima pede aproximadamente 1 milhão de euros (R$ 5.490 milhões) e irá recorrer da decisão. O advogado da vítima, Georges Parastatis, afirma que os danos psicológicos não foram levados em consideração.
“Tenho ódio desse médico que não me ouviu. Ele jogou roleta russa comigo”, disse o homem, que preferiu não revelar sua identidade, ao site France Bleu Loire Océan.
Doença
Apesar do erro médico cometido na França, o câncer de pênis é o principal responsável por mais de 7,2 mil amputações do órgão no Brasil nos últimos 14 anos.
Com a falta de informação e cuidado da população masculina, o câncer de pênis segue como um dos principais vilões da saúde.
O procedimento cresceu 1.604% nas salas de cirurgia brasileiras nesse mesmo período, o que representa uma média de 515 brasileiros que perdem o órgão genital — a cada ano.
Os dados foram coletados pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), a partir de informações do Ministério da Saúde.
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