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Internacional

Gasolina pode chegar a R$ 10, dizem especialistas

Rússia, que é o 2º maior exportador de petróleo, pode concentrar todas as ações na guerra e baixar a oferta


Imagem ilustrativa da imagem Gasolina pode chegar a R$ 10, dizem especialistas
Abastecimento de combustível: tendência é a disparada de preços com o conflito entre Rússia e Ucrânia |  Foto: Divulgação

A invasão da Rússia ao território ucraniano provocou nervosismo nos mercados financeiros no mundo inteiro. A expectativa é de que a economia sofra diversos impactos. E um dos principais deve ser o preço do combustível, devido à variação do valor do barril de petróleo.

Estima-se que a gasolina chegue perto de R$ 10 nos próximos meses, de acordo com especialistas. O impacto deve acontecer, porque, segundo o economista e membro do Conselho Regional de Economia do Estado (Corecon-ES), Ricardo Paixão, o Brasil é dependente do petróleo internacional.

“Os preços daqui são afetados e se elevam. A tendência é subir sim. O cenário é de instabilidade. Se não chegar a R$ 10, vai chegar próximo a R$ 9 ou ficar bem próximo dos 10 reais sim”, explicou.

Ele destacou ainda que como a Rússia é uma grande produtora de petróleo, a oferta pode ser afetada. “A Rússia pode concentrar suas ações na guerra e diminuir a oferta. O preço do barril do petróleo dispara por conta disso, já passou dos US$ 100 (R$ 512)”, frisou.

O preço da gasolina já enfrenta alta de cerca de 50% nos últimos 12 meses. O último reajuste dos combustíveis realizado pela Petrobras foi em 12 de janeiro.

“É uma guerra e não sabemos como vai ser a evolução dela, quanto tempo vai durar, se outras nações também vão entrar. E isso tudo cria uma incerteza muito grande que é extremamente  prejudicial à nossa economia”.

O economia Eduardo Araújo também acredita que o valor do combustível deva subir. 

“A Rússia é o segundo maior exportador de petróleo do mundo. O resultado do conflito deve impactar a tendência de alta no preço dos combustíveis e, com isso, encarecer o transporte e preço final de produtos por aqui”, salientou.

Paixão destacou também que o cenário vai depender de como as autoridades internacionais vão tratar a questão da guerra.

“Vai ter uma reação do Ocidente, através da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte)? Vão colocar soldados na Ucrânia, para tentar restabelecer a autonomia do país? A gente não sabe ainda como será o desenrolar. Se o desenrolar da guerra afetar o combustível, aí afeta tudo, como o preço do frete e ele tem um impacto grande no preço final dos produtos”.

Trigo, café e milho mais caros

As consequências da invasão da Rússia à Ucrânia pode trazer inúmeras consequências para o País, inclusive para o Espírito Santo. Uma delas é o valor de alimentos diversos, como trigo, milho e café. A tendência é de que alguns produtos pesem mais no bolso do consumidor.

O Brasil depende de fertilizantes importados e a Rússia é a maior fornecedora do insumo. Além disso, o país compra commodities e carnes do Brasil. Do total importado para a Rússia em 2021, 32% eram da agropecuária, segundo levantamento do Ministério da Economia.

O economista Eduardo Araújo destacou o risco para produtos como trigo, soja, milho, açúcar e café.

“Há tendência de encarecimento no preço de alimentos tanto por conta de repasse desses custos maiores de produção, como pela tendência de valorização desses produtos no mercado internacional. Trigo, soja, milho, açúcar e café mais caros lá fora podem pressionar preços desses alimentos por aqui também”, explicou.

Já o economista Ricardo Paixão destacou ainda o desemprego. “Investidores com aplicações em países em desenvolvimento como o Brasil tiram o capital daqui e levam para economias mais sólidas. Isso aumenta a taxa de câmbio, reduz investimentos, reduz emprego e renda, e agrava a crise”.

Sindiex diz ser cedo para calcular danos

O Sindicato do Comércio de Importação e Exportação do Espírito Santo (Sindiex) afirmou que, até o momento, é cedo para calcular os prejuízos que um conflito entre Rússia e Ucrânia poderia ocasionar às operações de comércio exterior do Estado.

“Todo e qualquer movimento que ocorra nos grandes mercados afeta a economia mundial e, consequentemente, o cenário econômico do Brasil e do Espírito Santo. O conflito trará consequências, mas ainda é cedo para calcular e estimar prejuízos às operações de comércio exterior do Estado”.

Dólar em alta e maiores custos com tecnologia para o Brasil

Após o início do conflito entre Rússia e Ucrânia, o dólar registrou a maior alta percentual diária em mais de cinco meses. A moeda americana subiu 2,03%, sendo vendida a R$ 5,1049.

A tendência é de que a moeda oscile nos próximos meses, segundo o economista Eduardo Araújo.

“O dólar deve oscilar bastante nos próximos meses. Há uma tendência de alta, porque esse clima de incertezas pode levar muitos investidores movimentar capitais para economias mais estáveis, como a americana”, explicou.

Quanto à inflação no Brasil, ele destacou que ainda não é possível fazer muitas previsões. 

“Não se sabe exatamente qual dimensão que esse conflito pode tomar. Por hora, não há sinais de que a inflação deva superar a do ano passado, pois o Banco Central promoveu alta na taxa de juros. Isso ajuda segurar os preços por aqui”.

Já o economista e membro do Conselho Regional de Economia do Estado (Corecon-ES), Ricardo Paixão, afirmou que podemos ver a aceleração da inflação.

“Já vivemos um momento da inflação cuja origem é custos, que estão muito altos. A distribuição de contêineres foi afetada e o Brasil foi prejudicado. Produtos do dia a dia para abastecer a indústria e o comércio interno podem ser afetados via custo, porque importamos muita tecnologia e a tendência é de que esses custos fiquem mais caros se a guerra for demorada”.


ENTENDA


Petróleo e sanções

  • O preço do petróleo superou na quinta-feira, 24, os US$ 100 (R$ 512) pela primeira vez em mais de sete anos, depois que o presidente russo Vladimir Putin anunciou operação militar para “proteger a população do Donbass”, a região do leste ucraniano.
  • A Rússia é um dos grandes produtores de petróleo, e um conflito militar afeta o mercado do produto.
  • Além disso, sanções impostas pelos EUA e pela União Europeia também podem pressionar o preço da energia, direta e indiretamente.

Preço da gasolina

  • É possível que a Petrobras aumente ainda mais o preço da gasolina. Outros combustíveis devem sofrer impacto, dizem especialistas.
  • Eles acreditam que o litro da gasolina pode chegar perto de R$ 10, caso a guerra dure muito tempo. Eles destacaram que tudo vai depender dos desdobramentos do conflito.

Alimentos mais caros

  • Não são somente os combustíveis que podem ficar mais caros com o conflito. Alguns alimentos, como trigo, milho, soja e café, também podem pesar no bolso.

Fonte: Jornal O Globo e especialistas citados na reportagem.

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