Gasolina e até urina de veado contra picada de cobra
Estimativas apontam que a Venezuela tenha por volta de 10 mil casos de envenenamento por ano
Escute essa reportagem
Uma menina perdeu a perna após ser picada por uma cobra na Venezuela. Apesar de ter recebido antídoto para combater os efeitos do veneno, a família considerou que seria uma boa ideia injetar urina de veado na ferida, o que tornou a amputação inevitável.
Em um país marcado por uma crise crônica no sistema de saúde e com cerca de 200 cobras descritas — 20 delas com veneno potencialmente mortal —, o desconhecimento sobre o que fazer em incidentes envolvendo os animais é um risco constante.
Urina de veado não é o único “remédio caseiro” recomendado para o “tratamento” de picada de cobra. Popularmente, indica-se também chupar o local da ferida ou lavá-la com gasolina, medidas que, além de sem efeito curativo, podem agravar a situação do paciente.
Não existem dados oficiais no país, mas estimativas apontam que a Venezuela tenha por volta de 10 mil casos de envenenamento por ano, com 60 resultando em morte.
“É um problema de saúde pública porque a Venezuela está entre os 10 a 15 países com maior morbidade e mortalidade por envenenamento por picada de cobra”, afirma o herpetólogo Luis Fernando Navarrete, responsável pelo serpentário do Instituto de Medicina Tropical da Universidade Central da Venezuela.
Comentários