Eleições na Venezuela: Maduro diz que ex-presidentes são 'personas non gratas'
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O presidente da Venezuela, Nicolas Maduro, afirmou que os ex-presidentes impedidos de acompanhar as eleições de domingo no país são "personas non gratas" e não foram convidados pelo Poder Eleitoral. "São ridículos porque sabem que são personas non gratas", disse Maduro em um programa transmitido nas redes sociais da imprensa presidencial, em referência aos ex-presidentes latino-americanos Mireya Moscoso e Vicente Fox que estavam retornando ao país para acompanhar o pleito de amanhã. Segundo Maduro, o Poder Eleitoral decide quem é convidado ou não para acompanhar o processo eleitoral.
A viagem de um grupo de ex-presidentes latino-americanos a Caracas, convidados pela coalizão de oposição venezuelana para observar as eleições presidenciais de domingo, gerou atritos entre o Panamá e a Venezuela na sexta-feira, depois que o governo venezuelano restringiu temporariamente os voos para a companhia aérea panamenha Copa. O ato coincidiu com mais de uma dezena de deportações realizadas pelas autoridades venezuelanas de congressistas de Espanha, Colômbia, Equador, Argentina e Chile, também convidados pela oposição, o que gerou novas tensões a apenas dois dias das eleições.
O ministro das Relações Exteriores do Panamá, Javier Martínez Acha, disse em entrevista coletiva na sexta-feira que o governo venezuelano "bloqueou o espaço aéreo" por várias horas de duas aeronaves da Copa Airlines que cobriam as rotas Caracas-Panamá e Panamá-Caracas para um evento com "passageiros notáveis". A decisão da Venezuela impediu a saída dos voos, segundo ele.
A suspensão temporária dos voos da companhia aérea panamenha ocorreu após os ex-presidentes do México, Vicente Fox, do Panamá, Mireya Moscoso, da Costa Rica, Miguel Ángel Rodríguez, da Bolívia, Jorge Tuto Quiroga, e a ex-vice-presidente da Colômbia Marta Lucía Ramírez embarcarem na manhã de ontem em um voo da Copa do Panamá para viajar à capital venezuelana, onde planejavam atuar como observadores das eleições de domingo.
A situação foi confirmada pelo presidente do Panamá, José Raúl Mulino, que indicou o bloqueio do espaço aéreo venezuelano. Depois que os ex-presidentes abandonaram as aeronaves, os voos foram restabelecidos.
O Panamá afirmou que o Instituto Nacional de Aviação Civil (INAC) da Venezuela nunca enviou ou formalizou qualquer aviso ou solicitação à Autoridade Aeronáutica Civil do Panamá e que foi uma decisão unilateral do governo venezuelano que afetou os panamenhos. "O Panamá respeita os processos democráticos internos da Venezuela, mas não pode permitir que aviões da sua linha sejam retidos com panamenhos a bordo por razões políticas não relacionadas com o Panamá", disse o ministro das Relações Exteriores do Panamá, que acrescentou que o governo Mulino "será enérgico" na defesa das empresas panamenhas.
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