'Coração está partido', diz filha de refém brasileiro encontrado morto em Gaza
Brasileiro-israelense morava em Sderot, região próxima à Faixa de Gaza
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Familiares de Michel Nisenbaum, o brasileiro-israelense encontrado morto nesta sexta-feira (24) na Faixa de Gaza, manifestaram pesar após o recebimento da notícia. Ele havia sido sequestrado por integrantes do Hamas durante o mega-atentado terrorista de 7 de outubro passado em Israel.
Nisenbaum estava desaparecido desde então e, até o resgate do corpo, a família tinha esperanças de que ele voltaria para casa com vida. Ele deixou a mãe, a irmã, duas filhas e seis netos -um deles nascido no final do ano passado, após o sequestro do avô.
No Facebook, Hen Mahluf, uma das filhas, lamentou a morte do pai. "Quem diria que essa seria nossa história, que esse seria seu fim. Nosso pai, o coração está partido", escreveu ela. Uma mensagem em hebraico que acompanha a publicação informa detalhes sobre o velório do brasileiro.
Na mesma rede social, uma de suas sobrinhas, Ayala Harel, compartilhou a mesma imagem. No texto, ela também diz ter ficado com o coração partido. "Meu tio, meu herói, sempre esteve aqui por mim. Te amo, sua sobrinha favorita". Ela é filha da irmã de Nisenbaum, Mary Shohat, 66, a primeira da família a fazer a aliá (termo hebraico usado pela comunidade judaica para se referir ao retorno a Israel), logo após o fim do ensino médio.
Tamar Piven, uma das primas de Michel Nisenbaum que ainda mora no Brasil, usou o Instagram para expressar o pesar. "As lembranças serão eternas", escreveu.
O brasileiro-israelense morava em Sderot, região próxima à Faixa de Gaza. Ele foi sequestrado durante os ataques de 7 de outubro, enquanto dirigia para buscar uma de suas netas que estava junto ao genro, um militar, em uma base do Exército perto do kibutz (comuna agrícola israelense) Re'im.
Descendente de judeus vindos da Rússia e da Polônia, Nisenbaum nasceu em Niterói (RJ) e vivia em Israel havia mais de 40 anos.
A família tinha esperanças de encontrá-lo vivo. Nas redes sociais, os familiares promoviam campanhas pelo resgate dos reféns do Hamas e divulgavam eventos que cobravam a busca por Michel.
A irmã e a sobrinha do brasileiro foram recebidas pelo presidente Lula (PT) em Brasília, no ano passado, para reforçar os pedidos de ajuda ao governo brasileiro nos esforços de buscas pelos reféns.
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