Conheça o lago cor de rosa que tem poder de cura e é atravessado por trem
Trem foi criado no século 18 para extrair sal da região da Sibéria, que muda de cor devido a microalgas e a um pequeno crustáceo
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O lago Burlinskoe, na Sibéria, é um dos locais mais inusitados do planeta. Suas águas ficam cor-de-rosa ou até vermelhas uma vez ao ano, geralmente em agosto, durante o verão no Hemisfério Norte, devido à proliferação de um pequeno crustáceo de 11 patas, chamado Artemia salina e das microalgas do gênero Dunaliella salina.
No entanto, esta não é a única curiosidade do Burlinskoe – informalmente chamado Bursol –, que também possui uma concentração de sal maior que a do Mar Morto, em Israel, de mais de 200 gramas por litro, impossibilitando afundar em suas águas. A profundidade média é de apenas 1 metro e, a máxima, de 2,5 metros.
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Para extrair o mineral, foi instalada uma estrutura no fundo do lago com trilhos para a passagem de um trem. O transporte, que remonta ao século 18, é equipado com ferramentas de colheita que perturbam o leito do lago e coletam os sedimentos revolvidos nos vagões rebocados atrás. Quando trafega, ele parece flutuar sobre as águas.
Mecanizadas, as colheitadeiras de sal de Burlinskoye supostamente produzem em torno de 65 mil toneladas do mineral anualmente, ou o suficiente para cobrir toda a ingestão alimentar da humanidade por três a quatro dias.
“É tão surreal quando você vê pela primeira vez! Água rosa, um trem no horizonte corta o lago, os pés afundam no sal. Vale a pena visitar este lugar”, descreve o fotógrafo russo Vadim Makhorov em seu perfil no Instagram.
O sal do Burlinskoe é considerado puro e de sabor requintado. O czar Pedro 1º, que governou de 1682 a 1721, apelidou o local de “salina dos czares”. Catarina 2ª, imperatriz da Rússia de 1762 até 1796, só consumia pratos que fossem temperados com ele.
O fenômeno atrai milhares de turistas do mundo todo, apesar da dificuldade de chegar ao local, que fica a região montanhosa de Altai, próxima à fronteira com o Cazaquistão, a mais de 3.200 km de Moscou, na Rússia.
Devido à mudança climática, a cada ano, a coloração rosa tem chegado cada vez mais cedo na Sibéria. Durante os outros meses do ano, Burlinskoe volta a ser um “lago comum”, com tons que variam de azul a cinza, dependendo da incidência solar.
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- No auge do verão na Sibéria, próximo à fronteira com o Cazaquistão, o Lago Burlinskoe passa por uma transformação, adquirindo um intenso tom de rosa ou vermelho. Isso acontece porque a halobactéria – também conhecida como “bactéria do sal” –, assim como uma microalga chamada Dunaliella salina abundam na água do lago lhe emprestando um forte cor rosa-chiclete.
- Apesar do acesso precário ao lago, a vista atrai turistas, alguns dos quais vão para se banhar em suas águas cujo lodo de lama e sal no fundo tem propriedades curativas que podem aliviar doenças de pele e respiratórias.
- O lago é também a maior fonte de sal de toda a Sibéria. O nível de salinidade é ainda maior do que o do mar Morto, em Israel. A profundidade máxima, a dois quilômetros da costa, chega a 2,5 metros.
- Devido ao tamanho de seu território, que chega a ser maior que o do Brasil, há quem acredite que a Sibéria é um país. No entanto, a região de 13.100.000 km é uma província que faz parte da Rússia.
- Um lago rosa ou vermelho não é uma característica exclusiva do interior da Sibéria. Alguns corpos de água salgada na Austrália e Espanha também assumem essa cor nas condições certas.
Fonte: site MDig e portal G1
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