Blinken inicia viagem para a China, em meio a aumento de tensões globais
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O Secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, iniciou nesta quarta-feira, 24, uma viagem crítica à China, logo após a aprovação pelo Senado americano de um pacote de ajuda externa que fornecerá bilhões de dólares em assistência à Ucrânia, Israel e Taiwan, bem como forçará a empresa controladora do TikTok, ByteDance, a vender a plataforma de mídia social. Todas as áreas são pontos de discórdia entre Washington e Pequim e devem ser discutidas na viagem de Blinken, segundo revelaram autoridades americanas àAssociated Press.
Blinken desembarcou em Xangai nesta quarta-feira, poucas horas depois que o Senado finalizou a votação da legislação sobre recursos militares e logo antes do presidente Joe Biden assinar a lei para demonstrar a determinação do EUA em defender seus aliados. Ainda assim, o fato de Blinken estar fazendo a viagem é um sinal de que os dois lados estão pelo menos dispostos a discutir suas diferenças.
Mesmo antes de Blinken aterrissar em Xangai, onde terá reuniões na quinta-feira (25) antes de viajar para Pequim, o Escritório de Assuntos de Taiwan da China criticou a assistência a Taipei, dizendo que ela "viola seriamente" os compromissos dos EUA com a China, "envia um sinal errado para as forças separatistas da independência de Taiwan" e empurra a república autônoma da ilha para uma "situação perigosa".
Os países também divergem no posicionamento frente a outros conflitos geopolíticos globais, principalmente as guerras na Ucrânia e na Faixa de Gaza. Segundo oficiais do governo americano, a Ucrânia deve ser um dos tópicos primários de Blinken durante a viagem.
De um lado, o governo Biden argumenta que o suporte chinês permitiu a reconstituição da base industrial de defesa da Rússia, ampliando a ameaça à segurança europeia. Do outro, a China afirma ter o direito de manter relações comerciais com a Rússia e critica a "postura hipócrita e irresponsável dos EUA ao introduzir uma lei de recursos militares de ampla escala enquanto realiza as acusações".
Os EUA e a China também estão em profunda discordância em relação aos direitos humanos na região ocidental de Xinjiang, no Tibete e em Hong Kong, bem como em relação ao destino de vários cidadãos americanos que, segundo o Departamento de Estado dos EUA, foram "detidos injustamente" pelas autoridades chinesas.
A China tem rejeitado repetidamente as críticas americanas ao seu histórico de direitos como interferência indevida em seus assuntos internos. No entanto, Blinken levantará novamente essas questões, de acordo com o funcionário do Departamento de Estado.
Outro ponto de discussão será o fornecimento de precursores para a fabricação do opioide sintético fentanil, responsável pela morte de milhares de americanos. Uma fonte do Departamento de Estado revelou que Blinken abordará a necessidade de mais esforços da China para impedir a exportação dos materiais, como reforço nas legislações locais para evitar que os produtores contornem as novas restrições. Fonte: Associated Press
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