Biden desiste de eleição e apoia Kamala Harris na disputa pela Casa Branca
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O presidente Joe Biden desistiu da candidatura à presidência dos Estados Unidos. Após semanas de pressão dos democratas para ele abandonar a disputa contra Donald Trump, em meio a dúvidas crescentes sobre sua saúde e aptidão mental, Biden, de 81 anos, anunciou a decisão neste domingo, 21, e apoiou a vice-presidente Kamala Harris como substituta na chapa. A eleição ocorrerá em 5 de novembro.
Em carta divulgada nas redes sociais, Biden diz que tinha a intenção de continuar candidato, mas que considerou o melhor para o partido e o país. "Acredito que é do interesse do meu partido e do país que eu me retire e me concentre exclusivamente no cumprimento dos meus deveres como presidente durante o resto do meu mandato", escreve.
No pronunciamento, Biden se concentra em defender o legado do seu governo. "Nos últimos três anos e meio, nós fizemos um grande avanço na nossa nação", começa a carta. "Hoje, os Estados Unidos têm a economia mais forte do mundo. Fizemos investimentos históricos em reconstruir a nossa nação", diz em seguida.
Ele também agradeceu a Kamala Harris de ter continuado com ele até o final e expressou apoio a ela como substituta. "Eu gostaria de agradecer a vice-presidente Kamala Harris por ter sido uma parceira extraordinária em todo esse trabalho", acrescentou.
Substituta
Com o apoio de Biden, Kamala Harris passou a ser o nome com maior força para substituí-lo na chapa. Rapidamente ela ganhou o endosso de outras figuras importantes do partido, como o ex-presidente Bill Clinton e a ex-presidenciável Hillary Clinton, e disse que quer "merecer e conquistar a indicação". "Farei de tudo o que estiver ao meu alcance para unir o Partido Democrata - e unir nossa nação - para derrotar Donald Trump", escreveu Kamala no X.
Os democratas podem escolher outro nome, mas a vice-presidente tem a vantagem de estar na chapa de Biden - o que significa que ela herdará o valor arrecadado pela campanha, cerca de US$ 96 milhões (R$ 573 milhões). Kamala também aparece com desempenho melhor que o de Biden nas pesquisas eleitorais, com média de 46% das intenções de voto contra 44% do atual presidente. Trump aparece na frente de ambos, com 48%.
Filha de imigrantes da Jamaica e da Índia, ela foi procuradora-geral na Califórnia entre 2011 e 2017, tornando-se a primeira mulher e a primeira negra a comandar o Judiciário do Estado mais povoado dos EUA. Em 2017, tornou-se senadora pelo mesmo Estado, cargo que exerceu até ser eleita vice-presidente dos EUA em 2020.
Nas eleições daquele ano, Kamala disputou as primárias democratas para ser candidata à presidência, antes de ser escolhida para a chapa de Biden. Sua atuação como vice-presidente, no entanto, foi contestada durante. Kamala não teve atuação de destaque e enfrentou dificuldades nas funções que recebeu, como lidar com a crise migratória.
Repercussão
A saída de Biden acontece após semanas de pressão de líderes democratas, incluindo os ex-presidentes Barack Obama e Bill Clinton, por seu desempenho ruim no debate no fim de junho e as dificuldades nas pesquisas eleitorais.
Após a desistência, a maioria das lideranças se concentrou em elogiar o legado político de Biden, mas evitou endossar Kamala. "Estaremos navegando em águas desconhecidas nos próximos dias. Mas tenho uma confiança extraordinária de que os líderes do nosso partido serão capazes de criar um processo do qual saia um candidato notável", escreveu Obama.
Em suas redes sociais, o ex-presidente Donald Trump afirmou que Biden não tinha condições de ocupar a Casa Branca. "Seus médicos e a mídia sabiam disso", disse. (Com agências internacionais).
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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