Login

Esqueci minha senha

Não tem conta? Acesse e saiba como!

Atualize seus dados

Pernambuco
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Pernambuco
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Espírito Santo
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Espírito Santo
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo

Martha Medeiros

Martha Medeiros

Colunista

Martha Medeiros

In natura

| 02/08/2020, 08:40 08:40 h | Atualizado em 02/08/2020, 10:05

Imagem ilustrativa da imagem In natura

Fique em casa, fique em casa. Alguém acha que isso não interfere na nossa respiração? Tem muita gente sentindo falta de ar sem ter sido contaminada pela Covid. Eu mesma, outro dia, acordei no meio da noite me sentindo sufocada. É por isso que as pessoas, contrariando as recomendações das autoridades, fogem para parques, para as margens dos lagos, para qualquer lugar onde haja vegetação, água e muito, muito ar, este ar que não respiramos direito por trás das máscaras, o ar que nos falta diante desta pandemia interminável que bagunçou nossas vidas.

Não estou incentivando rebeliões, nem pense nisso. Usar máscara é incômodo (já nem acho tanto), mas é preciso usar mesmo assim, e saia de casa o mínimo possível, só quando for necessário, mantendo distanciamento das pessoas que encontrar.

Continuam sendo essas as regras de comportamento civilizado e preventivo. Enquanto a vacina não chega, paciência, paciência e paciência, nesta ordem.

Mas bendito aquele que conta com uma rota de fuga. Se você tem uma tia que vive numa chácara, visite-a e leve um bolo de presente. Se ela reconhecer você (“como cresceu!”), mude-se para a casa dela, provisoriamente.

Se namora alguém que mora na beira do rio, peça-o em casamento (estou brincando, Pedro). Se você tem um sítio ou um refúgio no meio do mato, fique lá com seus livros e discos, volte a acampar.

Possui seis metros quadrados de jardim? Serve. Uma casa na praia? Não humilhe. Eu seria capaz de matar para estar na frente do mar neste exato instante.

Quase invejo o Presidente por ouvir tantos “Fora! Fora!”. Não consideraria um xingamento, e sim um incentivo amoroso.

Em vez de restaurantes fechados, que se volte a fazer piqueniques sobre a grama. Em vez de lojas de roupas e salões de beleza, consumir flores nativas e lavar nós mesmas o nosso cabelo.

Está com saudade das avenidas barulhentas e lotadas? Antes o céu silencioso e lotado de estrelas: as verdadeiras luzes necessárias, longe das luzes produzidas.

Não me faz falta igreja se conto com árvores, dunas, riachos e colinas, que são a representação máxima de Deus, o seu verdadeiro templo, onde ele convoca a todos, de qualquer religião, incluindo os sem religião.

Se você tem um pedaço de ar livre a seu alcance, e seu trabalho (ou ausência de trabalho) permite, pegue a estrada, se mande.

Durma a céu aberto, caminhe sobre o verde, mergulhe e dê muitas braçadas até os pulmões rebentarem de prazer pelo reencontro com sua natureza humana, finalmente em harmonia com a natureza ambiental.

O oceano é vasto. As montanhas são enormes. Há campos a perder de vista. Habitemos de forma mais bem distribuída este planeta que teima em se confinar nas metrópoles infestadas de gente.

SUGERIMOS PARA VOCÊ: