Hotéis dão desconto para atrair turistas
Com hotéis e pousadas quase vazios, em função da pandemia do novo coronavírus, os empresários do setor no Espírito Santo decidiram oferecer descontos que chegam a 50% na diária, para atrair turistas no verão.
Sem movimento, a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Espírito Santo (ABIH-ES) estima uma queda no faturamento superior a R$ 90 milhões em toda a rede hoteleira do Estado, se comparado a janeiro do ano passado.
O presidente da ABIH-ES, Gustavo Guimarães, destaca que, mesmo com a pandemia, essa queda no verão não era esperada.
“O Espírito Santo como um todo está com tarifas acessíveis. A hotelaria está amargando a baixa ocupação. Os hotéis estão praticando até 50% de desconto para atrair mais clientes”, explica.
Em Guarapari, uma das cidades mais procuradas nesse período, a média registrada está entre 52% e 54% de ocupação, de 1 a 10 de janeiro. No mesmo período do ano passado, a taxa era de 86%.
“Vemos que não é somente o preço que está impedindo as pessoas de viajarem. É também a contaminação que está aumentando, e as restrições de circulação. Como ficamos o ano todo quase no zero, não imaginamos que o verão seria ruim assim. O horário de funcionamento dos restaurantes e a suspensão dos shows de finais de semana também impactaram. Muitos vinham para os shows aos finais de semana”.
Membro do Conselho Estadual do Turismo, o hoteleiro Fernando Otávio Campos destaca que o verão responde por 70% da receita anual dos hotéis e, em alguns casos, pode chegar a 90%.
“Depois de um ano com períodos de 0% de ocupação, a hotelaria se vê obrigada a fazer o que não faz há décadas: praticar descontos para captar turistas. Promoções com diárias grátis, 20% e 30% de desconto para os finais de semana, que normalmente são 100% de ocupação com dezenas de clientes sem encontrar local, são prática normal atualmente”, disse Fernando.
Se é bom para os turistas, os descontos, no fim, poderão prejudicar os empreendimentos, diz Fernando.
“Estes valores somados à baixíssima ocupação põem em risco empregos, principalmente devido ao aumento de custos com energia, gás, alimentação e impostos como o IPTU que foi reajustado”.
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