Gestantes que tomaram 1ª dose de vacina AstraZeneca podem receber reforço da Pfizer
Gestantes que receberam a primeira dose do imunizante AstraZeneca contra a covid-19, no Espírito Santo, vão poder completar o esquema vacinal com a Pfizer.
A decisão foi anunciada pelo secretário de Saúde, Nésio Fernandes, na última sexta-feira, após o Ministério da Saúde autorizar a “vacinação heteróloga”, ou seja, a utilização de vacinas diferentes na primeira e na segunda doses.
Cerca de 3 mil mulheres serão contempladas com a medida, de acordo com a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa).
Outras informações sobre como essa vacinação deve ocorrer serão definidas por meio de uma resolução estadual, cuja previsão de ser publicada é até terça-feira.
“A vacinação heteróloga das grávidas que se vacinaram com Oxford/AstraZeneca na primeira dose é uma decisão que a Sesa já defendia, mas que aguardava manifestação do Ministério da Saúde para executar”, esclareceu, por nota, a Sesa.
Em maio, a aplicação da AstraZeneca em mulheres grávidas foi suspensa, devido à morte de uma gestante de 35 anos que havia recebido o imunizante no Rio de Janeiro. O caso ainda é investigado.
Desde então, a orientação é a de que as gestantes e puérperas – mulheres que deram à luz há menos de 45 dias – recebam Coronavac ou Pfizer na primeira dose.
A nota técnica que decidiu pelo uso apenas da Pfizer na segunda dose das gestantes, porém, afirma que a escolha do imunizante foi definida porque não há dados suficientes sobre a Coronavac, embora existam estudos em andamento.
A infectologista Ana Carolina D'Ettorres diz que a medida deve ser vista com bons olhos, já que ela é capaz de acelerar ainda mais a vacinação no Estado.
“Como já foi comprovado que a mistura dessas duas vacinas é eficaz em produzir uma resposta imunológica, tornou-se uma boa tática para termos, de fato, condições de alcançar a imunização coletiva”, explica.
O mesmo é defendido pelo infectologista Paulo Peçanha: “Além da mortalidade, temos os casos graves em gestantes e crianças, contribuindo para o aumento de ocupação nas UTIs neonatais. Isso significa que é muito importante as gestantes estarem vacinadas, reduzindo o risco de morte e de todas as complicações que é ter um bebê prematuro”, alerta.
Para a obstetra Anna Carolina Bimbato, a proposta não é ideal, tendo em vista que a gravidez e o puerpério são momentos de grande complexidade e risco.
Comentários