“Focar no bom é uma maneira melhor de se viver”, diz atriz Karen Junqueira
Ter otimismo e fé em tempos difíceis nem sempre é fácil. No entanto, para a atriz Karen Junqueira, é vital concentrar as energias naquilo que é positivo.
“Focar no bom é uma maneira melhor de se viver”, propõe a atriz de 37 anos. Para isso, ela segue algumas lições: “Procuro não ficar vendo notícias ruins para não endurecer o coração”.
“O mundo realmente está pesado, mas há coisas bonitas que acontecem paralelamente”, diz Karen, que está na reprise da novela “Haja Coração” e relembra maldades da vilã Jéssica contra Shirlei (Sabrina Petraglia).
“A Jéssica foi um papel muito importante na minha carreira. Tem sido um presente rever tudo”, conta ela ao AT2. O motivo? A esperança de que o debate sobre o preconceito contra portadores de deficiência volte a ser discutido.
“Cada vez que falamos mais e mostramos a importância do respeito sobre questões como essa é um caminho para evolução”, diz a mineira de Caxambu, de onde se mudou aos 17 anos para o Rio.
Mas essas não são as únicas bandeiras que Karen levanta. Hoje, por exemplo, ela lança a campanha #CuideDaInfancia. A iniciativa busca conscientizar contra o abuso infantil, violência que ela foi vítima na adolescência e que revelou ao mundo em carta publicada no ano passado na revista Claudia.
“Demorei 10 anos para contar à minha mãe o que ocorreu, e só consegui fazer isso depois que meu pai faleceu. É esse ciclo do silêncio que precisa ser quebrado. Foi pensando nisso que contei minha história e criei a campanha para que os pais estejam atentos e para que possamos cuidar melhor da infância das crianças”, destaca a atriz.
“Meu relato foi para alertar os pais”
AT2 Está na reprise de “Haja Coração”, como a vilã Jéssica, e já viveu uma menina inteligente em “Malhação”. Que papel faz seus olhos brilharem?
Karen Junqueira Meus olhos brilham em interpretar. Tenho muito amor e me dedico a qualquer personagem, quanto mais distante, mais preciso de pesquisas e dedicação. Particularmente, é um trabalho que amo fazer: as referências, filmes e atores que me inspiram numa composição!
Vivemos em uma época de julgamentos, cancelamentos e silenciamento de vozes discordantes. Há uma receita para sair desse atoleiro?
Eu não consigo dizer se há uma receita, mas acredito no caminho de empatia e respeito. É necessário entender a vivência e experiências de vida do outro antes de cancelar alguém ou promover qualquer tipo de exclusão.
Há poucos meses, você tornou pública a história da violência sexual que sofreu na adolescência. Que caminho percorreu até decidir falar sobre isso?
Fiz muitos anos de terapia e isso foi essencial para que eu tomasse a decisão de me expor. Minha terapeuta me ajudou e apoiou demais. Então, senti que devia ajudar outras crianças, para que não passem pelo que passei. O intuito do meu relato foi unicamente para alertar os pais a abrirem diálogo com as crianças para prevenir abusos.
Desde a publicação da carta, eu recebi e continuo recebendo muitas mensagens, muitas histórias e muito apoio. Com todo esse retorno, resolvi criar esse projeto tão especial que é a campanha “#CuideDaInfancia”, que visa a conscientização da importância do cuidado e amparo à criança.
Acredita que a sua vida seria diferente caso não tivesse vivenciado tudo?
Eu não penso nisso. Penso que o que já foi não voltará, tento viver o presente e agradecer o que sou hoje. Também aprendi a não pensar no futuro excessivamente.
Acha que algum dia vai perdoar essa pessoa que te fez mal?
Está perdoado, e acredito na justiça divina. Todos nós vamos pagar por algo de errado, este karma não é meu. Passo a bola. Meu coração está em paz.
Falar sobre sexualidade ainda é tabu em nosso País. Esse diálogo não acontece por medo, preconceito ou é algo cultural?
Acredito que seja um pouco de tudo isso. É cultural, principalmente. E temos que mudar esse caminho, porque o conhecimento é fundamental para que os números sejam estancados. Não falar sobre o assunto gera um desconhecimento que impede, muitas vezes, de crianças falarem quando passam por situações de abuso, sejam elas quais forem.
Vai lançar um vídeo sobre o tema. Como será?
O vídeo terá dados sobre o tema e uma mensagem criada com muita atenção e com a ajuda de uma especialista no assunto, falando sobre a importância desse cuidado e da educação sexual, para ficarmos atentas aos sinais de abuso.
Também irá enviar camisetas para amigos famosos como forma de gerar engajamento?
Sim, a camiseta terá o logo “Cuide da Infância” e as mensagens de “#Proteja #Ensine #Ampare”. “Denuncie abuso sexual, disque 100”. As camisetas já foram enviadas a artistas como Flávia Alessandra, Otaviano Costa, Giselle Itié, Julia Konrad, Bella Falconi, Mateus Solano, Ana Paula Araújo, Paloma Bernardi, entre outros.
E quais são os seus próximos planos para este ano?
Tenho projetos para este ano na TV, infelizmente não posso falar muito, mas estou bem feliz e animada. E também o projeto de conscientização contra o abuso infantil. Torço para que a gente consiga atingir nosso objetivo.
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