Ex-presidente critica manobras da direção da OAB
O ex-presidente nacional da OAB Reginaldo de Castro está entre os muitos indignados, e não se surpreendeu quando soube que o também ex-presidente Marcus Vinícius Furtado Coelho, para ele “eminência parda” da Ordem, está entre os organizadores do 1º Congresso Digital Covid-19, em que a entidade expôs ministros de tribunais associando-os à logomarca do “patrocinador” Qualicorp, empresa fundada por Luiz Seripieri Júnior, preso na semana passada acusado de corrupção.
O “sem-limites”
Reginaldo compara Marcus Vinícius a Richelieu, “não tem limites”. E alerta para a data da ação do colega que beneficiou a Qualicorp.
Escolha a dedo
A liminar de Marcus Vinícius foi ao STF quando Ricardo Lewandowski estava de plantão no recesso de janeiro de 2014, e a concedeu.
Ligação forte
Marcus Vinícius se esmerava em agrados. Nomeou “embaixador da OAB” na entidade de advogados em Londres um filho de Lewandowski.
Trampolim institucional
Reginaldo também critica a candidatura frustrada de Marcus Vinicius a ministro do STF: “Nunca na história da Ordem um presidente fez isso”.
Subalterno ofende ministra e pede aposentadoria
Sempre rigoroso com gestores públicos que agem mal, o procurador do ministério público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU), Lucas Furtado, ficou devendo punição severa e imediata do seu chefe de gabinete, que foi grosseiro com a ministra Ana Arraes, durante sessão virtual da Corte, ontem. Apenas concordou que o auxiliar use a porta dos fundos, pedindo aposentadoria. Aliás, aposentadoria com vencimentos integrais é a “punição máxima” dessa turma.
Ofensa ao vivo
Ana Arraes presidia a sessão e se confundiu com a posição de Lucas Furtado, cujo auxiliar xingou: “Ele não pediu vista, porra! Mulher louca.”
“Vai ser o caos”
Achando pouco, o camarada segue: “Rapaz do céu! A ministra Ana Arraes vai ser o caos na presidência do TCU!”.
Futura presidente
A ministra assumirá a presidência do tribunal em dezembro, em substituição ao atual ocupante do cargo, José Múcio Monteiro.
Retirada tardia e parcial
Três dias após a denúncia desta coluna, a OAB retirou parcialmente da transmissão do Facebook a logomarca da Qualicorp colada à imagem de ministros e demais convidados do seu “Congresso Digital Covid-19”.
Lewandowski fez andar
O ministro Lewandowski concedeu a liminar solicitada pelo advogado Marcus Vinícius Furtado Coelho contra ato de Dilma favorável ao Geap, da qual a Qualicorp se beneficiou, mas encaminhou o processo ao relator, ministro Luiz Fux, desde fevereiro de 2014. Cumpriu o rito.
Esses americanos...
Em Nova York, umas das regiões mais afetadas pelo covid no mundo, um dos hospitais de campanha para atender vítimas da pandemia custou US$52 milhões (R$269 milhões) e atendeu só a 79 pacientes.
Mandou bem
Reserva moral da República, o ministro Marco Aurélio fez questão de decidir, mesmo no recesso, o pedido debochado da turma do deputado Rodrigo Maia para anular as provas apreendidas no mandado judicial cumprido no gabinete do deputado Paulinho da Força.
Vantagem do locador
Segundo a assessoria da Funai, o contrato de aluguel de R$1 milhão por mês da luxuosa sede da fundação, em Brasília, foi fechado em 2017, mas foi renovado em julho de 2019 por ser “mais vantajoso”.
Legislativo na pandemia
Segundo o Observatório do Legislativo Brasileiro (OLB), dos 540 projetos com regime de urgência no Congresso, entre 15 de março e 5 de julho (na pandemia), 482 têm deputados como autores (90%).
O avanço da censura
A FGV/DAPP realiza hoje webinar sobre “como monitorar a discussão política nas redes sociais” na Argentina e no Brasil, onde já tramita um (perigoso) projeto sob pretexto de “combater fake news”.
Estatal é uma mãe
A Federação dos Petroleiros (FUP) denunciou ontem que a diretoria da Petrobras aumentou em R$ 11 milhões sua própria remuneração em 2020. O custo dos salários dos 9 diretores pulou para R$ 43,3 milhões.
Pensando bem...
...tem CPI para tudo, exceto para diminuir a corrupção
Poder sem pudor
Um ataque elogioso
Ex-secretário-geral da Presidência da República, Eduardo Jorge cultivava o hábito da discrição, evitando declarações fortes desde a época de poder. Mas certa vez surpreendeu um interlocutor que queria saber sua opinião sobre o governo do PT. Ferrenho defensor da era FHC, EJ surpreendeu: “Eles têm muitas ideias boas e novas...” Confundindo o comentário com elogio, o interlocutor não se conteve: “Dr. Eduardo, o senhor ‘lulou’?” Com seu estilo de sempre, o ex-ministro esclareceu: “Não. O problema é que as ideias boas não são novas, e as ideias novas não são boas.”
Colaboram: André Brito, Jorge Macedo e Tiago Vasconcelos