Ex-deputado federal, um dos fundadores do Partido Verde morre em acidente de trânsito
O ambientalista, político, jornalista e escritor Alfredo Sirkis, de 69 anos, morreu nesta sexta-feira (10) em um acidente de carro no Rio de Janeiro, no Arco Metropolitano (BR-493), na Baixada Fluminense. Ele morreu na hora.
De acordo com informações passadas pela Polícia Rodoviária Federal, Sirkis estava sozinho no carro, um Volkswagem Polo, e seguia em direção à Via Dutra. Na altura do quilômetro 74, o carro saiu da pista, bateu em um poste e capotou.
Segundo apurações feitas com amigos do político, Sirkis seguia para um sítio perto de Vassouras, onde iria encontrar a mãe dele e um filho.
Biografia
Alfredo Hélio Sirkis nasceu no Rio de Janeiro em 8 de dezembro de 1950, filho dos imigrantes judeus-poloneses Herman Syrkis e Liliana Syrkis.
Estudou em escolas particulares tradicionais da cidade até passar para o Colégio de Aplicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (CAp/UFRJ), onde se iniciou na política estudantil, na coordenação do grêmio.
Participou das manifestações contra a ditadura civil-militar de 1964, incluindo a Passeata dos Cem Mil, em junho de 1968.
Sirkis foi vereador por quatro mandatos, deputado federal, secretário de Urbanismo do Rio e candidato a presidente.
Militante da causa ambiental e ex-presidente do Partido Verde, ele havia acabado de lançar um livro em que dizia ter cometido um "sincericídio" ao criticar esquerda e direita brasileiras.
Em "Os Carbonários", Prêmio Jabuti de 1980, Alfredo Sirkis dissecou sonhos e mancadas da geração de 1968, quando ele tinha 18 anos e participou da resistência armada à ditadura militar.
Quarenta anos depois de sua obra-prima, o mesmo militante, há um bom tempo apaixonado pela causa ambiental, lança "Descarbonário". Suas 442 páginas são outra aula de História do Brasil, desta vez sob o ponto de vista de um dos mais experimentados ativistas pelo clima do planeta.
Participou de 11 COPs, a Conferência das Partes, órgão supremo da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC).
Presidiu por 9 anos o PV nacional e é autor da "Lei Sirkis", que viabilizou o Fórum Global 92 na Conferência Rio-92.
A saga do "Descarbonário" termina na última semana de 2018, quando Sirkis deixou nas mãos do então presidente Michel Temer, em fim de mandato, o documento "Mudanças climáticas: riscos e oportunidades para o Brasil".
Ele era secretário executivo do Fórum Brasileiro de Mudança do Clima, e o documento destinava-se ao presidente eleito, Jair Bolsonaro, seu ex-colega da Câmara dos Vereadores do Rio e da Câmara dos Deputados.
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