Seleção masculina tem última chance de levar basquete do Brasil a Paris
Nesta terça-feira (2), a formação verde-amarela inicia a disputa do pré-olímpico em Riga, na Letônia
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A seleção masculina de basquete é a última esperança do Brasil para conquistar ao menos uma vaga na modalidade nos Jogos Olímpicos de Paris e evitar a repetição do que se viu na edição anterior. Nos Jogos de Tóquio-2020, realizados em 2021, o país não teve representantes na bola ao cesto.
Nesta terça-feira (2), a formação verde-amarela inicia a disputa do pré-olímpico em Riga, na Letônia, onde terá a derradeira chance de alcançar a classificação.
Na primeira fase, o Brasil vai enfrentar Montenegro e Camarões. Precisa ficar entre os três primeiros para avançar às semifinais, nas quais ocorrerá cruzamento com a outra chave, formada por Letônia, Geórgia e Filipinas. Apenas o campeão da disputa receberá uma vaga para os Jogos na capital francesa. Os jogos terão transmissão de ESPN, Star+ e Dazn.
Em fevereiro, a seleção feminina perdeu todos os jogos do pré-olímpico, disputado em Belém, e não se classificou para as Olimpíadas. Também ficaram fora os times masculino e feminino no basquete 3x3.
Essas ausências, somadas a outras baixas --como a do futebol, na disputa masculina, e a do polo aquático, na masculina e na feminina-- afetaram a projeção do COB (Comitê Olímpico do Brasil) de levar para a França uma delegação maior do que a de Tóquio-2020, evento no qual o país teve 301 classificados.
Até o momento, o país tem 239 atletas confirmados. Em caso de classificação da equipe masculina de basquete, esse número terá o acréscimo de 12 jogadores e chegará a 249, bem distante da meta do comitê a menos de um mês para os Jogos e com poucas vagas ainda em disputa.
"Será o meu quarto torneio [pré-olímpico mundial], e ele é muito específico. Temos que ter atenção, principalmente no primeiro jogo, contra Montenegro, para buscar uma vaga na semifinal e escapar da Letônia nesse estágio", disse o técnico da equipe brasileira, Aleksandar Petrovic, que prevê uma final contra a Letônia.
O treinador croata, de 65 anos, vai comandar os brasileiros pela segunda vez. Ele dirigiu a seleção entre 2017 e 2021 e foi chamado para voltar ao cargo em abril deste ano, após a saída de Gustavo de Conti, desligado da função a menos de cem dias do início dos Jogos de Paris.
No ano passado, sob o comando de Conti, a equipe acabou eliminada da Copa do Mundo realizada em Budapeste após uma derrota justamente para a Letônia, um desequilibrado 104 a 84 que levou a seleção brasileira a depender agora da disputa do pré-olímpico.
A troca de comando na reta final da busca pela vaga olímpica deixou Petrovic com pouco tempo para trabalhar com os atletas. Além de alguns dias de treino em Blumenau, Santa Catarina, mas com o grupo incompleto, ele pôde realizar alguns amistosos na Europa, onde passou a contar as apresentações de Marcelinho Huertas e Yago Santos, duas das principais peças da equipe.
Nos amistosos, a seleção ganhou da Polônia e perdeu para Croácia e Eslovênia. O Brasil vai para a disputa com a mesma base que competiu na Copa do Mundo, em setembro de 2023, incluindo a presença de Gui Santos, do Golden State Warriors, o único brasileiro atualmente na NBA, a liga norte-americana de basquete.
"O grupo é uma mescla de jovens e veteranos, de atletas que conheço, sabemos do potencial. Um grupo interessante para a disputa do pré-olímpico", afirmou Petrovic.
Em sua primeira passagem pela equipe, o croata foi responsável por lançar nomes como Yago, Gui Santos e Didi Louzada. Entre 2017 e 2021, a seleção teve sob seu comando 78% de aproveitamento, com 26 vitórias em 33 jogos.
Foi sob a direção dele, porém, que o país não conseguiu conquistar uma vaga nos Jogos de Tóquio. Após a queda, ele chegou a criticar nas redes sociais o comportamento de jogadores que tinham solicitado dispensa do pré-olímpico, como Didi, Raulzinho, Marquinhos e Gui Santos. A atitude do técnico não caiu bem nos bastidores e foi determinante para sua saída.
"Eu não queria, naquele momento, culpar ninguém, só queria apontar o que nos faltava, que eram detalhes gerados pela falta de atletas. Mas aqui estamos todos, em um ambiente perfeito, familiar, e ficaremos muito bem neste pré-olímpico", afirmou o treinador em entrevista ao ge.
Caso conquiste a vaga agora, a seleção brasileira masculina de basquete terá a chance de buscar a sua quarta medalha. O Brasil tem três bronzes na modalidade (1948, 1960 e 1964). Desde 1936, a equipe ficou fora de apenas cinco edições dos Jogos Olímpicos.
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