Seleção brasileira pede paciência diante de novo desafio nas Eliminatórias
Após decepcionante empate com a Venezuela, Seleção encara o Uruguai e elenco pede calma para Diniz trabalhar pelas vitórias
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O discurso dos jogadores da Seleção Brasileira após o decepcionante empate em 1 a 1 diante da Venezuela foi unânime. Ao invés de buscar algo que justificasse o resultado, o elenco se aprofundou no complexo estilo de jogo de Fernando Diniz e pediu mais tempo para colocar em prática o que tenta assimilar em poucos dias de treino, com a promessa de que “muita coisa boa está por vir neste ciclo”.
Nesta terça-feira (17), às 21h, contra o Uruguai, em Montevidéu, pelas Eliminatórias à Copa de 2026, será mais uma oportunidade para tentar colocar as intenções em ação.
Diniz, inclusive, saiu em defesa de Neymar na véspera do jogo. O técnico exaltou os números do camisa 10 neste início de Eliminatórias e disse que ele está com “fome” para defender a amarelinha.
O posicionamento de Diniz vem na sequência de críticas feitas a Neymar após o empate em 1 a 1 com a Venezuela, na última quinta-feira, quando o jogador deu assistência para o gol de Gabriel Magalhães. Na saída de campo, ele foi atingido por um saco de pipoca.
“Nenhum treinador do mundo abriria mão do Neymar com a fome que ele tem e a vontade que ele está. Uma coisa que vale divulgar são os números do Neymar, ele é o primeiro em quase todos os quesitos importantes para atacante. Primeiro em gol, assistência, participação de gol, drible, primeiro em nota do site especializado... os números explicam ele estar aqui”, declarou Fernando Diniz.
Em pouco tempo no comando - ao todo, foram dez dias de treino em campo e 18 dias com o novo treinador -, Diniz já conseguiu concretizar um dos desafios na Seleção Brasileira: convencer os atletas de que seu estilo, tão diferente do praticado na maioria dos grandes times do futebol europeu, pode render vitórias e um bom começo de ciclo.
Afinal, não há nem a confirmação de que o treinador estará à beira do gramado na Copa América de 2024. No entanto, agora vem o maior deles: conseguir, numa quantidade de treinamentos bem menor que a que tem disponível em clubes, fazer com que os atletas coloquem na ponta das chuteiras o que adoram na teoria.
“ É uma mudança muito positiva. Apesar do resultado não ter sido o melhor (contra a Venezuela), creio que a gente vem se divertindo muito em campo. Todos gostam da forma que ele (Diniz) atua, treina e trabalha. É pedir um voto de confiança para todos, para termos tranquilidade. Muita coisa boa está por vir neste ciclo e creio que os torcedores vão gostar do que vamos fazer dentro de campo”, disse Marquinhos, um dos líderes.
A diversão citada pelo zagueiro se dá muito por conta do estilo de jogo praticado por Fernando Diniz, diferente do promovido pelo antecessor Tite e referências do futebol europeu, como Guardiola. Sem tanta obrigação de ocuparem a posição pré-determinada, os jogadores têm mais liberdade para se movimentar e utilizar a habilidade e a criatividade.
Além disso, Diniz tem como uma das principais características a ideia de ter “superioridade no setor da bola”. Contra a Venezuela, por exemplo, a Seleção concentrou as jogadas ofensivas no lado esquerdo. Sendo assim, Rodrygo teria a função de sair da direita e se aproximar de Vini Jr. - estreando com o treinador, o camisa 7 foi um dos que mais apresentou dificuldades táticas e até técnicas.
Outra mudança significante é em relação ao meio-campo. Casemiro, por exemplo, tem muito mais responsabilidade na troca de passes curtos e na saída de bola. Sem característica para tal, o volante é outro que parece não ter se adequado bem à dinâmica de Diniz, que, no Fluminense, conta com André, muito mais leve e móvel, para essa função.
Terça-feira (17) | 4ª rodada
Venezuela x Chile
18 horas – Monumental de Maturín
Paraguai x Bolívia
19h30 – Defensores del Chaco
Equador x Colômbia
20h30 – Casa Blanca
Uruguai x Brasil
21 horas – Centenário
Peru x Argentina
23 horas – Nacional de Lima
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