Renato Gaúcho não quer ninguém com 'peninha' do Grêmio, mas admite elenco abalado
Presidente Alberto Guerra revelou que ninguém do elenco profissional conseguiu entrar na alagada Arena do Grêmio ainda
Escute essa reportagem
Ao lado do presidente Alberto Guerra na sala de imprensa do CT Joaquim Grava, do Corinthians, em São Paulo, o técnico Renato Gaúcho deu uma emocionada entrevista coletiva nesta sexta-feira. Com voz embargada e segurando o choro, o comandante pediu que ninguém tenha "peninha" da equipe, mas admitiu que o prejuízo em campo será grande e revelou que por mais que todos se esforcem para trabalhar, o abalo psicológico é grande no elenco.
"Falaram que eu estou tentando desviando o foco. Desviando o foco do quê? Nosso povo está sofrendo e é só se colocar no lugar de um gaúcho. Mas nós somos profissionais, a gente vai à luta. Somos gaúchos e vamos lutar até onde der. Eu não quero que ninguém fique com peninha da gente", afirmou o treinador, antes de listar os problemas que o time vem e vai enfrentar.
"O Grêmio está e vai ser muito prejudicado. Os outros clubes não têm culpa, eles estão treinando, tanto na parte física quanto na parte técnica estão muito bem, e o Grêmio está há praticamente um mês sem jogar. A desigualdade é muito grande nesse sentido", lamentou.
A equipe retorna aos gramados na próxima quarta-feira, diante o Strongest, na Libertadores, sob a missão de ganhar para deixar a lanterna do grupo. A partida será no Couto Pereira, em Curitiba.
"A desigualdade vai ser muito grande, se jogássemos na nossa arena o nosso torcedor nos abraçaria e nós abraçaríamos o nosso torcedor", explicou, convocando até rivais para apoiarem no estádio do Coritiba. "Todo torcedor do Grêmio que puder comparecer ao Couto Pereira, vá dar essa força. E mesmo torcedores de outros times, que puderem nos ajudar, a nossa gratidão será eterna", clamou.
O técnico também não esconde a preocupação com a parte psicológica do elenco. Muitos jogadores são do Rio Grande do Sul e suas famílias estão sofrendo com as enchentes que destruíram o estado. Muito, inclusive, foram para as ruas alagadas tentar salvar vítimas que estavam ilhadas.
"A parte psicológica está sendo muito difícil. Eles (jogadores) são profissionais, têm treinado, mas sempre na preocupação com o nosso povo, com a família deles. O cenário, nessa parte, é muito ruim", seguiu o treinador, com a voz embargada.
O presidente Alberto Guerra revelou que ninguém do elenco profissional conseguiu entrar na alagada Arena do Grêmio ainda, previu enormes prejuízos financeiros e deixou aberta a possibilidade de jogar no estádio somente em 2025. "Se a grama morreu, são entre 90 e 120 dias para retornarmos ao CT", lamentou. "O equilíbrio já foi perdido. Junho, julho e agosto, em diria que com certeza o Grêmio não vai jogar na Arena. Pensamos em levar os jogos mais para o Sul possível para ficarmos mais perto da torcida."
Comentários