X

Olá! Você atingiu o número máximo de leituras de nossas matérias especiais.

Para ganhar 90 dias de acesso gratuito para ler nosso conteúdo premium, basta preencher os campos abaixo.

Já possui conta?

Login

Esqueci minha senha

Não tem conta? Acesse e saiba como!

Atualize seus dados

Pernambuco
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Pernambuco
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Espírito Santo
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Assine A Tribuna
Espírito Santo
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo

Esportes

Quem é Isaquias Queiroz, porta-bandeira do Brasil na Olimpíada que superou perda de rim


Ouvir

Escute essa reportagem

Isaquias Queiroz não sabe o que é participar de uma Olimpíada sem ser medalhista. Mais do que isso, nas duas vezes dos que ele participou dos Jogos, a média é de duas medalhas por edição. Isso graças ao fato de ser o primeiro brasileiro a conquistar três medalhas em uma única competição, no Rio-2016, com duas pratas e um bronze. Em Tóquio, em 2021, veio mais uma, desta vez, ouro. Aos 30 anos, a expectativa é de, pelo menos, manter a média em Paris-2024.

Antes das conquistas olímpicas, porém, Isaquias já tinha feitos inéditos, como ser o primeiro brasileiro a conquistar o Campeonato Mundial Júnior de Canoagem Velocidade, em 2011. No mesmo ano, venceu a prova olímpica do C1 200 metros e a não olímpica do C1 500m (ambas individuais).

Dois anos depois, o atleta deixou o interior da Bahia em direção ao Rio de Janeiro para dedicar-se ainda mais aos treinos. Além de lidar com a mudança, Isaquias precisou digerir a frustração de não ter sido convocado para o Pan-Americano de Guadalajara-2011. Depois disso, porém, foi campeão mundial na Alemanha, em 2013.

A sequência de sentimentos estourou em um desabafo publicado por Isaquias nas redes sociais ainda naquele ano. No texto, ele lamentava não ter recebido gratificação em dinheiro após o título mundial e que pensava em largar o esporte. "Estou pensando seriamente em abandonar a canoagem. Já não aguento mais apresentar bons resultados e não ter mudanças significativas em minha vida", escreveu na época. Após a postagem, a Confederação Brasileira de Canoagem reconheceu que poderia fazer aprimoramentos, mas reiterou que não havia prometido prêmios a atletas.

Como se sabe, Isaquias continuou. Ainda antes dos Jogos do Rio-2016, em 2014, ele venceu o Prêmio Brasil Olímpico, concedido pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB) a um atleta destaque. O canoísta também foi escolhido em 2016 e 2017. No ano seguinte, veio um baque. O treinador Jesus Morlán morreu em 2018, vítima de um câncer no cérebro, aos 52 anos. Havia sido ele um dos incentivadores de Isaquias quando o atleta pensou em desistir. O ouro em Tóquio foi dedicado a Morlán. Hoje o brasileiro é treinado pelo comandante da seleção brasileira, Lauro de Souza Júnior.

NASCIDO NO INTERIOR DA BAHIA, PERDEU O PAI E FICOU SEM UM RIM

Dona Dilma criou nove crianças na cidade de Ubaitaba, a quase 375km de Salvador. Desde 1996, quando o pai de Isaquias morreu, a tarefa da matriarca foi solitária. E com mais desafios além da solidão.

Com três anos, Isaquias sofreu um acidente em casa e se queimou com água fervente. Foi internado, não teve bom prognóstico, mas conseguiu superar. Outro susto foi quando o filho de Dilma foi tomado por uma conhecida da mãe, com intenção de vendê-lo. Ele tinha cinco anos. O resgate foi feito por Dilma, com ajuda de amigos, no mesmo dia.

Isaquias, aos 10 anos, teve um novo baque. Uma queda de uma árvore danificou o rim esquerdo. O órgão teve de ser removido. Até hoje, o brasileiro precisa estar atento à hidratação.

Os problemas que Isaquias encarou não o colocaram num lugar de desastre. Ubaitaba, chamada de Dubai por ele e amigos, foi onde viveu boa parte de sua vida e desenvolveu laços e costumes, como frequentar os paredões, festas com sons enormes, normalmente atrás de veículos. A cidade baiana é polo do arrocha, gênero musical xodó de Isaquias.

SEBASTIAN, NO NOME DO FILHO, É EM HOMENAGEM A RIVAL ALEMÃO

Em 2017, o canoísta virou pai, com o nascimento de Sebastian. O nome é uma homenagem a um ídolo do brasileiro, e também adversário. Em agosto daquele ano, quando o filho nasceu, Isaquias estava na República Checa para disputar o Mundial. Acompanhou o parto em uma chamada de vídeo. No dia seguinte, ficou com o bronze na prova C1 1000m. O vencedor foi o alemão Sebastian Brendel, bicampeão olímpico, em Londres-2012 e no Rio-2016.

Brendel estará em Paris, aos 36 anos. Além dele, Isaquias também terá como fortes adversários o checo Martin Fuksa, o romeno Catalin Chirila e o polonês Wiktor Glazuno, atual líder do ranking mundial do C1 1000m. O brasileiro é 11º.

O momento de Isaquias é favorável. Foram duas medalhas de ouro na etapa da Hungria da Copa do Mundo, no C1 500m (que não faz parte dos Jogos) e no C1 1000m. Na disputa do C2 500m, Isaquias Queiroz e Jacky Godmann terão pela frente as duplas de Itália, Polônia, Alemanha, China, Espanha e Hungria.

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Leia os termos de uso

SUGERIMOS PARA VOCÊ: