Patrimônio do Vitória é avaliado em R$ 100 milhões
Após recusar proposta para projeto SAF, clube, que tem 110 anos de história, explica decisão para imprensa e segue novos planos
Escute essa reportagem
Após revelar que existiam negociações em andamento para que o Vitória se transformasse em SAF, a diretoria do Alvianil de Bento Ferreira se reuniu na manhã de ontem e ofereceu mais informações para a imprensa sobre o que levou o clube a não aceitar a proposta da TR2 Sports.
Com um patrimônio equivalente de R$ 100 milhões, incluindo o estádio e a área ao redor, a proposta apresentada pela empresa não oferecia os benefícios que o clube esperava de uma negociação desse porte. É o que afirma o presidente do Conselho Deliberativo, Antônio Perovano.
Leia mais notícias sobre o Esporte Capixaba aqui
“A proposta não era boa para o Vitória. Nós entregaríamos um patrimônio por, no mínimo, 50 anos e o valor apresentado não era benéfico porque praticamente já estamos gastando isso hoje. Nosso patrimônio está avaliado em mais ou menos R$ 100 milhões e não podíamos tomar uma atitude que iria trazer prejuízos ao Vitória Futebol Clube”, afirmou ele.
“O Vitória não sou eu, o Rodolfo (presidente), o Guto (vice-presidente), o Vitória é uma instituição, seus torcedores, seus sócios... Então não podemos aceitar algo que não seja positivo para todos”, acrescentou Perovano.
Além do valor do investimento, que não foi informado pela diretoria do clube, a TR2 Sports acrescentou ao projeto o plano de ampliação do estádio Salvador Costa para receber 5 mil torcedores até 2027 e incluiu a base Alvianil nas negociações — o que não chamou a atenção do clube.
“Nós já temos um projeto aprovado para aumentar a capacidade do estádio para 5 mil pessoas (a atual capacidade é de 3 mil), então essa proposta não nos atraiu. Além disso, eles também queriam a base, o que deixaria o Vitória apenas com a parte social. Nós teríamos acesso a apenas 20% da área”, revelou o presidente do Conselho.
“O Vitória é um clube que, hoje, está totalmente viabilizado. Nossas certidões de débitos estão negativas, conseguimos buscar recursos de entidades públicas, então para que a gente aceite fazer um negócio, a proposta tem que ser boa para os dois lados. Nós temos mais a oferecer do que estava sendo oferecido”, completou o diretor Ademar Rocha.
Com 110 anos de história, o Alvianil de Bento Ferreira segue focado no Brasileirão, visando o acesso à Série C de 2024.
Clube vai montar uma equipe de remo
Visando ampliar o uso do seu nome e da sua imagem, o Vitória revelou que vai começar a correr em outras frentes, além do futebol, indo em direção ao mar. O clube de Bento Ferreira anunciou a criação de uma equipe de remo, que já está em processo de estruturação e deve começar a competir oficialmente a partir do próximo ano.
A modalidade, que é tradicional no Espírito Santo, foi escolhida devido às suas semelhanças com o clube mais antigo do Estado.
“Estamos conversando sobre incluir o remo no Vitória desde o ano passado, porque é um esporte centenário e de tradição, o que combina com as características do clube. Nós queremos expandir algumas atividades no Vitória e acreditamos que o remo é a melhor escolha para começar a fazer isso”, afirmou o vice-presidente José Augusto Mattos, o Guto.
Quem será responsável por comandar o departamento de remo do Alvianil é o atleta de canoa havaiana Henrique Tapias de Sales. Segundo ele, a ideia é fazer com que a modalidade volte a crescer no Estado.
“O remo é uma atividade genuína do esporte capixaba, que trouxe grandes glórias para o Espírito Santo. Queremos trabalhar junto com os outros clubes, como o Álvares Cabral, o Saldanha da Gama e o Caxias, para que possamos contribuir com o recomeço da atividade de remo aqui no Estado. Esperamos trazer bons resultados para o clube e também novos sócios”, ressaltou Henrique.
“O futebol veio do remo lá atrás e, agora, com o futebol do Vitória estando mais estruturado, queremos contribuir para que o remo volte aos tempos de glória”, revelou ele.
Apesar do anúncio repentino, o vice-presidente Alvianil contou que já existe um plano de colocar o Vitória no próximo campeonato Estadual de remo, que acontece neste mês de junho.
“Vai acontecer uma regata no dia 11 de junho. Queremos conversar com a federação para que o Vitória participe como clube convidado, mas se não der, por estar muito próximo, vamos tentar no próximo torneio”, avisou Guto, que revelou também o prazo para que a ideia saia oficialmente do papel:
“A nossa ideia é que o Vitória comece a competir oficialmente a partir do próximo ano. Já estamos no processo para possibilitar essa ação”, finalizou.
Comentários