Brasil perde dos EUA nas quartas do vôlei masculino e está eliminado das Olimpíadas
Em campanha bem ruim, somou sua terceira derrota em quatro jogos, desta vez nas quartas de final, diante dos Estados Unidos por 3 sets a 1
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A seleção brasileira masculina de vôlei está fora da disputa por medalhas nos Jogos Olímpicos de Paris-2024. Em campanha bem ruim, somou sua terceira derrota em quatro jogos, desta vez nas quartas de final, diante dos Estados Unidos por 3 sets a 1, com parciais de 24/26, 30/28, 19/25 e 19/25. A despedida fora da disputa das medalhas é inédita em olimpíada para o técnico Bernardinho. A seleção volta a amargar o vexame de cair nas quartas após 24 anos.
Pela primeira vez em sua linda história olímpica, Bernardinho vai fechar uma edição sem garantir a medalha. Nas outras sete vezes, esteve no pódio. Tudo começou como jogador, com a prata em 1984. Depois, dirigiu a equipe feminina nos bronzes de 1996 e 2000. Mudou para o time masculino e sempre foi finalista, com ouros em 2004 e 2016, além das pratas de 2008 e 2012.
A derrota desta segunda-feira foi marcada por muitos erros, como em toda a campanha em Paris. Depois de um começo animador, a seleção brasileira foi perdendo rendimento e rapidamente se viu toda envolvida na partida. Nem a remontada gigante no segundo set foi capaz de motivar a equipe a buscar a virada.
Prometendo apresentação em alto nível após decepcionar diante de Itália e Polônia na fase de classificação, o Brasil começou a partida explorando a potência de Darlan, que logo anotou dois pontos. Em bloqueio de Flávio, vantagem de 4 a 2. Lucarelli explorou o bloqueio para ampliar para 7 a 4.
O Brasil não dava chances nos ataques e ainda estava preciso nos contragolpes, obrigando os americanos a pedirem tempo com 10 a 6. Após Leal parar em raro bloqueio, Bernardinho parou o jogo com 11 a 8 para esfriar o ânimo oponente. Em jogada repleta de erros dos EUA, o Brasil voltou a abrir cinco.
Um saque na rede e uma bola para fora de Darlan fizeram os americanos encostarem, com 16 a 15. Então preciso nos contra-ataques, o Brasil permitiu a igualdade por 17 a 17 em sua quarta falha seguida no quesito.
Parecia que as equipes não queriam abrir frente no placar e Bernardinho acabou obrigado a pedir novo tempo após sofrer dois pontos seguidos, um com ace e 19 a 19. Acertou, com Leal novamente colocando dois de vantagem em forte ataque. Os americanos assumiram a liderança em novo ace, com a bola beliscando a linha e com 22 a 21 em reta final tensa. No segundo set point, os EUA fecharam com 26 a 24.
O Brasil iniciou o segundo set apostando em bolas pelo meio. Darlan parou no bloqueio de Defalco e os EUA abriram 6 a 3, irritando Bernardinho. Novo ponto e a saída foi o pedido de tempo. O treinador conversou com Leal, tentando acalmar um de seus principais atacantes.
Com a defesa não aparecendo mais e o ataque cometendo muitos erros, o Brasil ficou com 12 a 7 contra, obrigando Bernardinho a mexer no time. Adriano foi lançado. A seleção brasileira não conseguiu melhorar, contudo, ficando atrás seis pontos.
Em rara reação e três pontos seguidos, o Brasil voltou a sonhar na parcial. A passagem por Bruninho no saque fez a diferença baixar para 21 a 19. O Brasil ainda desperdiçou um contragolpe para encostar, mas estava motivado por uma remontada gigante. No ace de Lucarelli, 22 a 21. Adriano empatou em 24. O set ficou disputado ponto a ponto até o Brasil fechar em 30 a 28 com bola fora.
Bernardinho acertou com a entrada de Adriano e a seleção melhorou na defesa e no passe. Por consequência, os ataques entraram sem tanto sacrifício. A missão era manter o entusiasmo para buscar a virada no placar. Mas um momento de deslize garantiu três pontos aos americanos e 7 a 4 no placar.
Os erros voltaram a incomodar e após levantamento equivocado de Cachopa, os americanos subiram para 15 a 9. A reação no set anterior servia de exemplo para os comandados de Bernardinho não desistirem da parcial. Restava saber se os americanos dariam novo vacilo.
O Brasil anotou três pontos seguidos e tinha tudo para fazer o quarto, mas Cachopa mais uma vez fracassou em contra-ataque precioso. A camisa no rosto revelada um mea-culpa do levantador. Dali em diante, a seleção não encostou mais e ficou com 2 a 1 contra após 25 a 19.
Sem poder mais perder sets, o Brasil voltou passando a falsa impressão que faria um quarto set mais tranquilo, ao abrir 4 a 1. Nem bem festejou e já levou a virada para 5 a 4. Não podia, contudo, deixar os empolgados e americanos abrirem frente. Em toque doe Flávio, igualdade por 13 a 13 após os EUA colocarem dois de vantagem.
Um bloqueio sobre Lucarelli encaminhou a vaga dos americanos, com 19 a 16 no placar. Bernardinho paralisou o jogo para esfriar a cabeça da equipe. Os brasileiros precisavam de superação. O bloqueio de Lucarelli trouxe uma última esperança, com 19 a 21. Os impiedosos americanos abriram 24 a 19. Faltava um ponto para a vitória. Veio na primeira chance.
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