Mariana Gesteira: “Espero ser exemplo para as pessoas”
Eleita a Atleta do Ano no paradesporto do Estado em 2024, ela quer ser referência para outras pessoas superarem obstáculos
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Eleita a Atleta do Ano em 2024 no paradesporto, a medalhista paralímpica Mariana Gesteira esteve nos estúdios multimídia do Tribuna Online para participar do videocast Tribuna Esportes e abordou sobre diversos assuntos, como as dificuldades que a síndrome de Arnold Chiari a impõe no dia a dia desde os 14 anos, próximas competições e como lida sendo uma inspiração para outros jovens paratletas.
Multicampeã e três vezes medalha de bronze em Paralipíadas, a nadadora espera ser referência para outros nadadores.
“Eu espero ser um exemplo para muitas pessoas, sim. Acho que a minha trajetória e os meus títulos mostram que é possível superar as dificuldades e alcançar grandes feitos, o que pode inspirar outras pessoas a acreditarem nos seus próprios potenciais”, disse.
FUTURO
Com relação ao próximo ano 2025, a atleta passará por uma cirurgia no ombro. Mas antes, terá competições nacionais e o Mundial de Singapura para disputar.
“O Mundial em Singapura, em setembro, será diferente, pós-jogos. Agora preciso cuidar da minha lesão no ombro para voltar com mais intensidade. Provavelmente farei a cirurgia no ombro depois do Mundial, já que haverá mais tempo para me recuperar. Meu foco é ter o melhor ano possível, pensando não apenas no próximo ano, mas nos próximos quatro anos, planejando o ciclo de Los Angeles de forma estratégica”.
Mariana revelou suas expectativas quanto aos resultados. “Sinto que será um ano muito bom. Estou mudando minha mentalidade, entendendo que, para o meu caso e minhas condições, 'menos é mais'. Preciso acreditar nisso, me convencer, encarar o que tem que ser feito e seguir em frente com confiança”, pontuou.
Embora a natação seja um esporte individual, Mariana fez questão de lembrar dos membros que compõem a sua equipe e que fazem tudo se tornar “mais leve”.
“Meu técnico é Leonardo Miglinas, meu preparador físico é o Eric, e meu fisioterapeuta é o Luiz. Também contamos com o Rickson e o Matheus como auxiliares. Minha médica é a Rovana, e a Lili, que é massoterapeuta, também me acompanha. Tenho o Jair, meu médico do ombro, que provavelmente fará minha cirurgia no próximo ano, e o Hugo, meu neurocirurgião”, citou.
“Sonhar me manteve viva”, afirma
Mariana Gesteira já nasceu com a síndrome de Arnold Chiari, porém, só a partir dos 14 anos começou a sentir os sintomas e, depois disso, passou por quatro cirurgias.
“Foi um momento em que me vi muito perdida. Eu estava entrando na adolescência, ainda era bem imatura, então estava me entendendo como pessoa. E tudo aconteceu de uma forma que eu nunca imaginei na minha vida. Eu achei que minha vida tinha acabado. Nessa época, eu fiquei depressiva, e meu pai morreu. Foi um período muito difícil, especialmente na pré-adolescência, que é uma fase complicada para qualquer ser humano”, lembrou.
Depois disso, ela passou por muitas dificuldades de saúde, até conseguir ganhar as suas medalhas paralímpicas e se tornar uma atleta de alto rendimento.
“Eu sempre gosto muito de falar sobre a importância de sonhar. Eu sonhei muito e acho que foi isso que me manteve viva, acreditando que tudo era possível. A gente só consegue fazer o que acredita”, frisou a medalhista paralímpica.
“Eu sei que, às vezes, as coisas ficam muito difíceis, tem momentos que parece que não vai dar certo, mas sempre dá. Eu tenho certeza de que tudo vai ficar bem. O importante é não desistir, seguir acreditando, fazendo o melhor possível. É fundamental fazer o que fazemos com muita qualidade. O sucesso está nas pequenas coisas que fazemos todos os dias, no que construímos a cada passo. Se conseguirmos aplicar isso no nosso dia a dia, isso é sucesso”, finalizou.
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