La Porta exalta protagonismo dos atletas em eleição do COB e Yane celebra 1ª mulher como vice
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Marco Antônio La Porta, novo presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB), e Yane Marques, nova vice, atribuíram a vitória no pleito realizado nesta quinta-feira ao protagonismo dos atletas durante o processo eleitoral. Medalhista olímpica, Yane também fez questão de celebrar a presença inédita de uma mulher no segundo cargo mais alto da hierarquia da entidade.
"É um momento histórico para o esporte olímpico do Brasil. O protagonismo dos atletas começou há um tempo, quando eles me projetaram e me lançaram candidata a esse pleito. Estamos ocupando um espaço que agora estamos preparados a ocupar e eu fico muito feliz de ser a voz dos atletas. Estou disposta e disponível, com energia para colaborar. A gente vai fazer um trabalho bem bacana, com sensibilidade, a partir de muitas escutas, entendendo que cada confederação tem suas particularidades", disse a ex-atleta.
Novo presidente do COB, La Porta elogiou o processo eleitoral, no qual superou o atual presidente, Paulo Wanderley, do que foi vice-presidente durante a maior parte da última gestão. "Estamos muito satisfeitos, principalmente com o processo eleitoral do COB. Queria aproveitar a parabenizar o presidente Paulo Wanderley. Foi um processo sereno e democrático e a Assembleia escolheu aquilo que ela achou que seria o melhor para o COB nesse momento. Fizemos uma campanha muito propositiva, de uma gestão mais moderna, uma melhora nos resultados esportivos", comentou.
O dirigente reforçou que dará maior atenção aos atletas, à base e aos resultados em sua gestão, que começará em 15 de janeiro e irá até 2028, coincidindo com o ciclo olímpico dos Jogos de Los Angeles-2028.
"Nossa proposta tem várias frentes e a principal dela é a parte esportiva. A gente estabilizou os resultados em Paris e precisamos ter uma renovação melhor. Para isso, precisamos investir na área de desenvolvimento. Esse é o principal foco da nossa gestão. Olhar para a base, criar estruturas de treinamento que possam receber os jovens talentos e gente possa voltar a fazer o esporte brasileiro crescer. O ciclo de Los Angeles já começou. Temos que preparar bem esses atletas, mas já pensando em Brisbane-2032. O trabalho começa agora", destacou.
Yane, por sua vez, enfatizou a presença feminina na gestão do COB. "Pela primeira vez na existência do Comitê Olímpico do Brasil, a gente tem uma mulher, uma mulher que não é só mulher. Eu sou mãe, esposa, filha, nordestina, medalhista olímpica e com muita vontade de aprender, de entregar o meu melhor neste projeto. A gente tem muita sintonia, muitos valores e princípios iguais, e que a gente vai colocar em prática."
FORÇA DOS ATLETAS
O protagonismo dos atletas começou antes mesmo da eleição ao indicar Yane para o posto de vice na chapa com La Porta. A medalhista olímpica foi indicada pela Comissão de Atletas do COB para participar da eleição. E deixou o cargo no início do ano para poder cumprir o regulamento da entidade.
Na eleição, os atletas têm direito a 19 dos 55 votos totais da Assembleia Geral, ou um terço. E o grupo votou em peso na chapa vencedora, agregando ainda confederações que tinham direito de voto. No total, La Porta recebeu 30 votos, contra 25 do atual presidente Paulo Wanderley.
Os atletas se organizaram para não perder nenhum voto. Como dois atletas não poderiam participar - Thiagus Petrus, do handebol, e a ginasta Jade Barbosa -, o grupo recorreu aos dois suplentes a quem têm direito. E ainda contou com o voto de dois esportistas que estavam fora do País: Gustavo Freitas Guimarães, o Grummy, e Jaqueline Mourão.
O atleta do polo aquático estava na Colômbia e fez um "bate e volta" no Rio de Janeiro para poder votar. Jaqueline, do ciclismo e do esqui, mora no Canadá e viajou ao Brasil para fazer valer o seu voto. "Tenho certeza que quem nos deu esse voto de confiança não vai se arrepender", afirmou Yane.
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