Intermediário do Corinthians pagou 'laranja' por 'serviços', diz advogado
Segundo o advogado, os pagamentos são por serviços de implementação de plataforma e software de telemedicina
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O 'Fantástico' apresentou documentos que mostram que Cláudio Salgado, advogado de Alex Cassundé, dono da empresa que intermediou o contrato de patrocínio entre Corinthians e VaideBet, alegou que os pagamentos feitos à Neoway foram feitos por causa de "serviços de telemedicina".
A companhia Neoway é investigada sob a suspeita de fraudes nos repasses de comissões entre o Corinthians e a casa de apostas Vaidebet. Um documento tem a assinatura de Cláudio Salgado no qual confirma que houve repasses da Rede Social Media Design à Neoway.
Segundo o advogado, os pagamentos são por serviços de implementação de plataforma e software de telemedicina;
a relação entre Rede Social Media e Neoway é decorrente "apenas do contrato de prestação de serviços" de implementação dessa plataforma; e a notificante não conhece pessoalmente Edna Oliveira dos Santos, que figura como sócia da Neoway.
Investigações apontam que a Neoway é uma empresa de fachada que recebeu comissão pela intermediação do contrato de patrocínio entre o Corinthians a VaideBet.
Edna Oliveira dos Santos, mulher que vive em Peruíbe, no litoral paulista, é sócia da empresa e teria sido usada como 'laranja'.
Segundo a matéria do programa dominical da TV Globo, o delegado Tiago Fernando Correia confirmou, na sexta-feira, que existem investigações de uma suposta conversa em um aplicativo de mensagens entre Cassundé e uma pessoa que teria indicado a Neoway para receber parte do dinheiro.
No mesmo dia, o Corinthians, em nota, informou que o presidente Augusto Melo registrou Boletim de Ocorrência e pediu a abertura de um inquérito, ao alegar que pessoas de sua família foram vítimas de montagens nos prints.
RESCISÃO DO CONTRATO COM A VAI DE BET
Divulgada como o "maior acordo de patrocínio do futebol brasileiro", a parceria entre o Corinthians e a Vai de Bet foi encerrada de forma abrupta e unilateral por parte da casa de apostas após uma série de suspeitas de corrupção no repasse de parte do valor acordado. O anúncio do final do patrocínio ocorreu na manhã desta sexta-feira, mas já estava sendo ventilado pela casa de apostas há alguns dias.
A decisão ocorreu após os polêmicos pagamentos da Rede Media Social Ltda, intermediária do acordo, à Neoway Soluções Integradas em Serviços Ltda, suposta empresa "laranja" cujo CNPJ está no nome de Alex Fernando André, mais conhecido como Alex Cassundé, membro da equipe de comunicação do presidente Augusto Melo. Nesta semana, a Polícia Civil notificou o clube e pediu informações sobre a intermediação do contrato de patrocínio.
Em comunicado, a patrocinadora afirmou ter tomado a decisão com base em dispositivos contratuais. "A marca avalia que não se pode manter a parceria enquanto pairar sobre o acordo qualquer suspeita em relação a condutas que fujam à conformidade com a ética e os preceitos legais. Só a dúvida, no crivo ético da marca, já é suficiente para determinar a rescisão - que foi exercida pela Vai de Bet suscitando cláusulas do contrato que protegem direitos da marca nessa decisão", diz trecho da nota divulgada à imprensa.
Ao todo, o patrocínio master previa um pagamento de R$ 360 milhões ao longo de três temporadas, ou 36 meses. O Corinthians recebeu R$ 60 milhões pela parceria antes da rescisão do contrato, mas deixou de ganhar R$ 300 milhões pelos próximos dois anos e meio.
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