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Esportes

Fragilizada e sem padrão, seleção acumula derrotas e vive pior ano em seis décadas

São quatro derrotas em oito duelos em 2023


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Imagem ilustrativa da imagem Fragilizada e sem padrão, seleção acumula derrotas e vive pior ano em seis décadas
Seleção perdeu, de virada, para a Colômbia nesta quinta-feira (17) |  Foto: Staff Images/CBF

A derrota de virada diante da Colômbia, nesta quinta-feira (16), por 2 a 1, em partida pelas Eliminatórias da Copa do Mundo, não apenas expôs as fragilidades da equipe que está sendo modelada por Fernando Diniz como fará a seleção brasileira registrar o seu pior percentual de derrotas em um mesmo ano desde 1963.

São quatro derrotas em oito duelos em 2023. A última vez que o Brasil perdeu 50% das partidas no mesmo ano foi em 1948. Na próxima terça-feira (21), no Maracanã, o próximo adversário será a Argentina, líder das Eliminatórias e atual campeã mundial.

Mesmo em caso de triunfo sobre os rivais, a equipe canarinho ainda fechará este ciclo com um percentual de derrotas de 44,44%, pior marca da equipe desde 1963, quando os brasileiros perderam oito dos 18 jogos que fizeram naquele ano.

A diferença agora é que os brasileiros não estão de ressaca como estavam há seis décadas, quando ainda era possível comemorar a recente conquista da Copa do Mundo de 1962.

A última vez que a taça veio para cá foi em 2002. Depois disso, os fracassos se acumularam. No Qatar, em 2022, a equipe caiu nas quartas de final, eliminada pela Croácia, e terminou em sétimo no quadro final. Foi o quarto pior desempenho em Mundiais, superando somente 1934, 1966 e 1990, quando terminou em 14º, 11º e 9º lugar, respectivamente.

Então técnico da seleção na última Copa, Tite avisou com antecedência que não ficaria no cargo seja qual fosse o resultado. O vexame não despertou nenhum coro por sua permanência. Com um treinador interino, o Brasil iniciou o ano com derrotas para Marrocos (2 a 1) e Senegal (4 a 2) e só venceu Guiné (4 a 1).

Em julho, Fernando Diniz, técnico do Fluminense, foi anunciado para dirigir a seleção também de forma interina, sem se desligar do clube, durante um ano, enquanto a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) aguarda a chegada do italiano Carlo Ancelotti, do Real Madrid, com quem a entidade diz ter um acordo.

A despeito das expectativas da formação de uma equipe organizada na defesa e agressiva no ataque, sob o comando de Diniz o Brasil decepcionou. A empolgação após a goleada sobre a Bolívia, por 5 a 1, quando o treinador estreou, durou apenas até o compromisso seguinte, quando sofreu para derrotar o Peru, 1 a 0.

Na sequência, a crise se agravou. Primeiro foi o empate com a Venezuela em casa, 1 a 1, depois a derrota para o Uruguai, e agora a queda diante da Colômbia.

A seleção brasileira nunca tinha perdido para os colombianos em jogos pelas Eliminatórias. Também não havia registrado duas derrotas consecutivas no classificatório. São marcas que reduziram drasticamente a empolgação com o trabalho de Diniz, atual campeão da Libertadores com o Fluminense.

"A equipe perdeu dois jogos e isso é muito ruim, mas eu acho que o tanto que o time mexeu, as mudanças que teve da Copa do Mundo para cá, com pouco de tempo para treinar, que tem que levar em consideração isso", argumentou o treinador.

Ele também pediu para que os aspectos positivos do jogo contra a Colômbia fossem destacados. Porém, a seleção brasileira teve um breve lampejo em Barranquilla, sobretudo nos primeiros minutos, quando fez o primeiro gol com Gabriel Martinelli, aos 4 minutos.

Depois, só deu o time da casa, que soube recuperar o domínio do meio de campo e explorar as fragilidades das laterais do Brasil.

Autor dos dois gols da virada, Luís Díaz deixou o gramado com impressionantes dez finalizações, quase a metade dos chutes dos colombianos. Ele explorou, principalmente, as jogadas pelas costas dos laterais Royal e Lodi, que muitas vezes ficavam no mano a mano com ele, já que Martinelli até tentava, mas pouco conseguia dobrar a marcação na esquerda, enquanto Raphinha nem isso conseguia fazer.

O Brasil de Diniz teve mais posse de bola (60% contra 40%), não por acaso trocou mais passes (531 contra 342), mas foi muito menos efetivo no ataque, com apenas 12 finalizações contra 23 da Colômbia.

Para piorar, Vinicius Junior ainda deixou a partida mais cedo, logo aos 27 minutos, lesionado. O astro do Real Madrid não terá condições de jogo para enfrentar a Argentina na próxima terça-feira.

No segundo tempo, as mudanças promovidas por Diniz pioraram o desempenho do time. Rodrygo, que herdou a 10 na ausência de Neymar e o papel de criador no meio de campo, foi substituído aos 22 minutos da etapa final pelo atacante Paulinho, do Atlético-MG. Após a troca, as jogadas de perigo contra o gol colombiano cessaram. Segundo Diniz, a troca se deveu ao cansaço do jogador do Real Madrid.

"Vamos fazer tudo para corrigir aquilo que deu de errado, principalmente na marcação, e entregar um jogo ainda melhor no sentido ofensivo", prometeu o treinador brasileiro sobre o confronto com a Argentina.

A tarefa não será fácil. Ainda que também tenham sido derrotados nesta rodada, 2 a 0 para o Uruguai, os argentinos fizeram um jogo mais equilibrado diante de seus torcedores, que não sabiam o que era perder desde a surpreendente derrota para a Arábia Saudita na primeira rodada da Copa do Mundo no Qatar.

Os atuais campeões mundiais também fazem uma campanha mais consistente nas Eliminatórias, com 12 pontos somados após quatro vitórias e uma derrota. Enquanto isso, o Brasil caiu nesta rodada da segunda para a quinta posição, com sete pontos: duas vitórias, um empate e duas derrotas.

Mesmo o Equador, que está em sexto e, neste momento, é dono da última vaga para a próxima Copa, fez mais pontos do que os brasileiros, com duas vitórias e dois empates. Só não aparece com oito pontos na tabela de classificação porque o país foi punido com a perda de três pontos por ter escalado um jogador irregular na campanha de classificação para o Qatar.

Em uma disputa com dez seleções na qual seis vão se classificar para o próximo Mundial, é muito difícil e até improvável que o Brasil não consiga, pela primeira vez em sua história, conquistar uma vaga. Mas não é nenhum exagerado acender o sinal de alerta na seleção brasileira.

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