"Fiz o UFC parar com o mito da lutadora bonita", afirma Amanda Nunes
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Invicta no octógono desde 2014, a baiana Amanda Nunes, 32, é a única lutadora da história do UFC (Ultimate Fighting Championship) a ter defendido dois cinturões no evento de forma simultânea.
A campeã dos pesos galo (até 61 kg) e pena (até 66 kg) já nocauteou expoentes do MMA, como a americana Ronda Rousey, a compatriota Cris Cyborg e a primeira campeã do peso pena, a holandesa Germaine De Randamie.
O currículo faz com que Amanda Nunes se considere a maior lutadora da história do evento e também a grande responsável por mudar a forma como a categoria feminina é tratada dentro dele.
"O UFC promoveu a Ronda Rousey da forma como queria, promoveu tanto que dificultou para chegar uma outra menina. Então, se o UFC quiser mudar isso agora, precisa acabar com essa história de 'pô, essa menina é bonita e é essa que queremos que apareça no MMA'", afirma a brasileira à reportagem.
"Desde quando me tornei campeã, as pessoas estão abrindo a mente. O UFC hoje não tem esse poder de promover a atleta se ela não fizer por merecer na luta. Eu consegui fazer com que parassem com esse tipo de mito", completa.
Após derrotar a canadense Felicia Spencer no início de junho, a baiana, apelidada de "Leoa", não tem data para voltar a lutar. Deve demorar, e ela não descarta uma aposentadoria.
Por enquanto, o que a atleta sabe é que aproveitará a família na Flórida, onde vive, e principalmente o nascimento de sua filha, previsto para setembro. Ela é casada com a lutadora americana Nina Ansaroff.
Apontada como a primeira campeã do UFC abertamente homossexual, a baiana que cresceu em Pojuca (cidade na região metropolitana de Salvador com cerca de 40 mil habitantes) diz que nunca se abateu com o preconceito e está pronta para educar a filha, Raegan, com a mesma liberdade que recebeu da sua mãe, Ivete.
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