Fifa reduz comitiva e encurta visita à CBF após retorno de Ednaldo Rodrigues
Fifa pretendia fazer uma investigação para entender o imbróglio judicial que tomou conta da CBF desde o dia 7 de dezembro
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A Fifa decidiu encurtar sua visita ao Brasil nesta semana. Com o retorno de Ednaldo Rodrigues à presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), a entidade que rege o futebol mundial reduziu até mesmo a comitiva que vai se reunir com a cúpula da CBF e ficará apenas algumas horas em solo brasileiro nesta segunda-feira.
A comitiva da Fifa foi reduzida de três para apenas dois integrantes. E o tempo de visita, que seria de três dias, vai durar algumas horas, um bate-volta dos seus dois membros, um da própria Fifa e outro da Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol). Na prática, a passagem pelo Brasil terá caráter de visita institucional após a decisão judicial que devolveu Ednaldo à presidência da CBF.
Inicialmente, a entidade ficaria no Brasil entre segunda e a tarde de quarta-feira para reuniões com Ednaldo, com o então presidente interventor José Perdiz de Jesus e até com membros do governo federal.
A Fifa pretendia fazer uma investigação para entender o imbróglio judicial que tomou conta da CBF desde o dia 7 de dezembro, quando Ednaldo foi destituído da presidência. Na mesma decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), Perdiz de Jesus, então no comando do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), foi alçado à posição de presidente temporário da entidade.
Irritada com a situação, a Fifa classificou a decisão judicial de "intervenção indevida" na confederação, o que costuma gerar até punições aos países. Na sequência, enviou seguidas cartas à CBF em tom de alerta. Na última delas, no dia 31 de dezembro, deu detalhes sobre a visita.
A comitiva seria integrada pelo advogado espanhol Emilio Garcia Silvero, chefe do escritório jurídico e de compliance da Fifa; pelo georgiano Nodar Akhalkatsi, diretor de projetos estratégicos e governança; e pelo advogado Rodrigo Aguirre, especialista em litígio da Conmebol.
Dos três, apenas Nodar Akhalkatsi não virá ao Brasil. Curiosamente, Akhalkatsi também integrou comitiva que protagonizou a intervenção da Fifa na Federação de Futebol da Índia, em 2022. Na ocasião, a entidade suspendeu a federação por ter sofrido "interferência externa", o que resultou, entre outras consequências, da retirada do Mundial Sub-17 feminino do país - estava marcado para outubro do mesmo ano.
A Fifa decidiu encurtar a visita e a comitiva porque na quinta-feira passada o Supremo Tribunal Federal (STF) emitiu liminar recolocando Ednaldo na presidência da CBF. O STF atendeu recurso do PC do B, que alegava que a seleção masculina de futebol corria o risco de ficar fora da Olimpíada de Paris-2024.
Isso porque o prazo para inscrever a seleção no Torneio Pré-Olímpico terminava na sexta, dia seguinte. E tanto a Conmebol quanto a Fifa não reconheciam a autoridade do presidente interino para assinar os documentos da CBF. Com a decisão do STF, Ednaldo pôde retomar o seu cargo e efetivar a inscrição no último dia do prazo.
Diante da retomada da normalidade na CBF, a Fifa mudou seus planos de última hora quanto à visita ao Brasil. Mas, ainda nesta segunda, a entidade deve se pronunciar oficialmente sobre a situação da CBF. Ednaldo deve continuar à frente da confederação ao menos até o início de fevereiro, quando o STF retomará sua rotina normal - está em recesso no momento - e poderá julgar o caso com mais propriedade, o que poderia causar nova reviravolta no comando da confederação.
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