F1: McLaren domina, e Verstappen literalmente joga toalha no primeiro dia de GP da Hungria
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Os treinos livres da sexta-feira do GP da Hungria de Fórmula 1 comprovaram a força da McLaren. O dia foi de zero surpresa lá na frente, afinal, era de conhecimento público que a máquina papaia sobraria no Hungaroring, um traçado que casa perfeitamente com esse carro que, hoje, é praticamente perfeito. Especialmente quando não precisa berrar tão alto nas retas.
Lando Norris liderou as duas sessões do dia, abrindo margem mais confortável para Oscar Piastri durante a tarde, mas cometendo alguns erros que devem ser corrigidos, especialmente em fritadas agressivas de pneus.
Para o resto do grid, migalhas. Charles Leclerc veio em terceiro nos dois treinos livres, tomando 0s2 e quase 0s4 de Norris, respectivamente, mas a Ferrari não deve esperar nada muito grande. Tanto é assim que o próprio monegasco jogou a toalha ao sair do carro, reconhecendo a superioridade da McLaren.
Falando em jogar a toalha, a cena do dia foi Max Verstappen literalmente arremessando um pano com o carro em movimento no segundo treino livre. Ou seja, a expressão para o neerlandês serviu de forma literal e figurada num dia bastante ruim da Red Bull, superada até pela irmã pobre, a Racing Bulls. A Aston Martin foi outra força nos treinos livres, com Lance Stroll e Fernando Alonso no top-5, na frente da Mercedes, mais uma equipe que sofre para se encontrar. Embora jure o contrário. A Sauber de Gabriel Bortoleto deu passos atrás, sofreu bastante e fechou o dia na luta com a Alpine para ver quem rendia menos.
Norris começa forte e lidera para cima de Piastri em monólogo da McLaren
É bem verdade que Norris e Piastri quase animaram as coisas com um lance que passou perto de ser uma batida no finalzinho do segundo treino, mas o dia, fora isso, foi de tranquilidade total para a McLaren.
Os papaias têm o melhor ritmo de corrida e o melhor ritmo de classificação. Ainda, dão total sinal de que podem usar um mapeamento mais agressivo de motor para sobrar mais na definição do grid.
Diante de um Hungaroring que veste tão bem o carro laranja, os britânicos são mais favoritos do que nunca a ter a primeira fila só deles e, consequentemente, a vitória 200 da equipe na Fórmula 1. Na briga interna, porém, certa surpresa: Norris dominou nas duas sessões, retomando confiança depois de um GP da Bélgica extremamente errático.
O inglês deixa o dia como candidato mais sólido para a pole, mas fica um alerta para a quantidade de vezes que fritou os pneus. Pode ser algo bem complicado numa corrida longa.
Leclerc até tenta, mas falha contra McLaren na Hungria
A Ferrari vem na sequência, isso é um fato. Tanto em ritmo de classificação, quanto de corrida, os italianos surgem sólidos em relação ao que entregaram Mercedes e Red Bull, ainda que distantes da McLaren.
Lewis Hamilton deixou o segundo treino, mais uma vez, cheio de queixas em relação ao comportamento do carro, enquanto Leclerc criticou menos, mas reconheceu que a McLaren simplesmente é bem melhor na Hungria. E talvez seja isso mesmo: Lewis descartar a segunda fila do grid soa exagerado, mas Charles ignorar qualquer chance de brigar mais para frente, mesmo com suspensão nova e coisa e tal, é a realidade.
Verstappen joga toalha literal em dia desesperador da Red Bull
Se Leclerc jogou a toalha na entrevista, Verstappen dobrou a aposta e fez isso nas declarações e dentro da pista. É que o neerlandês protagonizou uma das cenas mais bizarras ao sacar um pedaço de pano de dentro do cockpit e arremessar no traçado durante o segundo treino.
Escapou de uma punição, é verdade, mas aquela jogada de toalha foi incrivelmente simbólica para o que é hoje a Red Bull. E a Red Bull, desde a metade da temporada 2024, é muito isso: um time que mais atrapalha do que ajuda Verstappen. E o tetracampeão, que tem mais corridas fora do pódio no que nele desde o GP da Hungria de 2024, tende a piorar esses números no fim de semana. Que carro complicado.
Mercedes diz que entendeu carro na Hungria. Mas dá para acreditar nisso?
Alguém verdadeiramente acreditou quando Andrew Shovlin, diretor de engenharia da Mercedes, falou em “direção clara” depois dos treinos livres da Hungria? O fato é que os prateados se comportam de maneira menos pior que a Red Bull até aqui no fim de semana, mas a sombra de equipes como Racing Bulls e Aston Martin não podem significar boa coisa.
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Tudo bem, claro que ter Kimi Antonelli longe dos últimos lugares é um alívio, mas é muito pouco para um time do tamanho da Mercedes e, principalmente, para quem começou o ano de forma tão promissora. A ver se ao menos param de cair pelas tabelas, mas começam a etapa correndo bem por fora na briga contra a Ferrari. Nem vamos citar a McLaren.
Aston Martin e Racing Bulls começam fim de semana no controle da ‘F1 B’
A Hungria tem certo histórico de bagunçar um pouco as coisas pelo pelotão, justamente porque não conta com retas gigantescas e por privilegiar tanto carros que conseguem deslizar suavemente pelas curvas sinuosas. O fim de semana, até aqui, mostra Aston Martin e Racing Bulls prontas para a surpresa, de repente, inclusive, aproveitando brechas das gigantes acidentadas que tentam se encontrar lá na frente.
A Sauber, por outro lado, ainda sofre, especialmente no ritmo de classificação. E aí, meu amigo, mesmo que o ritmo de corrida de Bortoleto seja promissor, não tem como fazer nada largando tão atrás. Precisa acontecer algo por ali para que os suíços cheguem, pelo menos, no Q2. Ou é torcer mesmo por milagre.
Os carros voltam à pista às 7h (de Brasília) para a terceira sessão de treino. Já o classificatório será às 11h. No domingo, a largada está prevista para 10h.
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