Tribuna Ruas da Cidade: da dor do luto à linha de chegada
Após a perda da amiga, Marcele Falqueto encontra na corrida uma aliada contra a ansiedade e um novo propósito de vida
A morte repentina da empresária Aline Bianca, em fevereiro deste ano, foi o ponto de virada na vida de Marcele Falqueto, de 41 anos, moradora de Morada de Laranjeiras, na Serra. Abalada pela perda da amiga e cliente, que sofreu um infarto aos 38 anos, a jornalista viu na corrida uma forma de aliviar a dor e reencontrar o equilíbrio emocional.
O que começou como simples caminhadas na ciclovia próxima de casa virou um hábito de fé, saúde e superação. Desde março, ela treina três vezes por semana e já participou de quatro provas. Agora, se prepara para um novo desafio: correr 10 km na Corrida Tribuna Ruas da Cidade, sua maior distância até hoje.
A perda da amiga - que faleceu após o desfile das escolas de samba no carnaval, em que era musa da Boa Vista - foi um choque que trouxe de volta as crises de ansiedade que Marcele havia controlado. “As fisgadas no coração me assustavam. Para aliviar, eu ia para a avenida caminhar e tentava correr. Era o meu jeito de lidar com a dor e com as perguntas que não tinham resposta”, lembrou.
Até então, ela nunca havia se identificado com nenhum esporte. “Fazia academia, musculação, crossfit, boxe, surfe, mas nada me encantava. Sempre achei lindo ver as pessoas correndo, mas nunca imaginei que seria capaz”, relatou.
Depois do luto, ela decidiu se cuidar: fez um check-up cardiológico e buscou uma consultoria de corrida. Em março, começou a treinar — primeiro na esteira, por segurança, e depois nas ruas.
No mesmo período, o lugar onde ela costumava caminhar para pensar em Aline ganhou o nome da amiga: Ciclovia Aline Bianca. “Foi um presente. Senti que era um sinal para continuar”, contou.
De lá pra cá, Marcele criou uma rotina de treinos, que a ajuda a superar o luto. “Acordo às 5h da manhã para treinar. A corrida é fé, superação e saúde. É quando me conecto com Deus e comigo mesma. Acredito que sempre é tempo de começar. A vida nos dá uma nova oportunidade todos os dias. Eu só precisei de coragem para dar o primeiro passo”, frisou.
Para a prova de domingo, Marcele tem como objetivo conseguir concluir a prova, o que já seria uma grande vitória para ela. “Meu treinador disse que eu daria conta, mas depois confessou que não tinha tanta certeza (risos). Mesmo se eu chegar em último, estarei feliz”, concluiu.
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