Ednaldo é denunciado na Comissão de Ética da CBF em meio a anúncio de Ancelotti
Os pedidos de investigação incluem o afastamento imediato do presidente e de parte da diretoria
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Em meio ao anúncio de Carlo Ancelotti como novo técnico da seleção brasileira, Ednaldo Rodrigues se tornou alvo de três denúncias na Comissão de Ética da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Os pedidos de investigação incluem o afastamento imediato do presidente e de parte da diretoria. A reportagem entrou em contato com a CBF, mas ainda não houve manifestação sobre o caso.
Uma das denúncias atende a solicitação do vereador Marcos Dias (Podemos), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal do Rio de Janeiro. Ele se baseou em reportagens da piauí e do portal Leo Dias, além de denúncias anônimas, para formalizar o caso junto ao Ministério Público do Trabalho (MPT).
O vereador alega que recebeu relatos de funcionários da CBF envolvendo casos de assédio e o descumprimento de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado em 2021 com o MPT, que previa medidas para coibir práticas abusivas na entidade.
A segunda denúncia na Comissão de Ética foi aberta a partir do pedido da deputada federal Daniela do Waguinho (União Brasil-RJ), que acionou o Supremo Tribunal Federal (STF) requerendo o afastamento imediato de Ednaldo e a revisão do acordo homologado pela Corte em fevereiro deste ano, que encerrou a ação que questionava o processo eleitoral da CBF.
A deputada anexou laudos de uma perícia que questiona a autenticidade da assinatura de Antônio Carlos Nunes de Lima, mais conhecido Coronel Nunes, no acordo que manteve Ednaldo no poder, além de laudo médico apontando incapacidade cognitiva do ex-vice-presidente da CBF na época do acordo.
A perícia foi realizada a pedido do próprio Marcos Dias (Podemos). Segundo a análise realizada por Jacqueline Tirotti, foram observados elementos que diferenciam a escrita. “A convicção que se pode depreender de todas as características observadas e considerando todas as limitações intrínsecas ao presente exame é de não identificação do punho periciado de Antônio Carlos Nunes de Lima”, diz o parecer.
Além do pedido de afastamento de Ednaldo protocolado no STF por Daniela do Waguinho, outra petição solicitando o afastamento imediato do dirigente foi manifestada por Fernando Sarney, ex-dirigente da CBF e um dos signatários do acordo. Ambas foram negadas por Gilmar Mendes, que determinou a investigação do caso pelo Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ).
Uma terceira denúncia na Comissão de Ética da CBF foi protocolada pelo deputado federal Sargento Gonçalves (PL-RN). O parlamentar argumenta que Ednaldo usou indevidamente recursos da CBF ao custear viagens, hospedagem de luxo e despesas diversas de parentes distantes de presidentes de federações estaduais, que houve gestão temerária ao fazer cortes em áreas estratégias, como na qualificação de árbitros, conflito de interesses e vantagem indevida em relação aos supostos benefícios financeiros a Ricardo Lima, presidente da Federação Bahiana de Futebol (FBF), e falta de transparência na explicação sobre beneficiários de pagamentos da entidade.
Aos 71 anos, Ednaldo Rodrigues foi reeleito presidente da CBF em março. Ele recebeu todos os votos das 27 federações e também todos os votos dos 40 clubes das Séries A e B, totalizando 141 votos e vai comandar o futebol nacional até 2030. Diante da nova crise envolvendo a suposta fraude no acordo que o manteve no poder antes do pleito, o anúncio de Carlo Ancelotti foi considerada nos bastidores uma vitória política do dirigente.
Em vídeo divulgado nesta segunda-feira, Ednaldo agradeceu ao Real Madrid pelo “diálogo” e confirmou o treinador italiano até a Copa do Mundo de 2026. O clube espanhol ainda não oficializou a saída do treinador, que ainda vai comandar a equipe em três partidas até o fim da temporada.
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