Crise na CBF pode ‘melar’ vinda de Ancelotti? Entenda o cenário
O Estadão apurou que Carlo Ancelotti está tranquilo com relação às últimas notícias envolvendo a CBF
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O afastamento de Ednaldo Rodrigues da presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) ligou o alerta dos torcedores sobre a possibilidade de o negócio com o técnico Carlo Ancelotti ser desfeito. Apesar do cenário de incerteza no comando da entidade, o acordo com o treinador italiano está “blindado” e a possibilidade de ser desfeito está fora de cogitação.
O Estadão apurou que Carlo Ancelotti está tranquilo com relação às últimas notícias envolvendo a CBF. O profissional de 65 anos fez exigências contratuais pedindo garantias de que, independentemente de quem seja o dirigente à frente da entidade, a estrutura do futebol não seja alterada.
Na ausência de uma comissão técnica, o diretor executivo Rodrigo Caetano e o gerente de futebol Juan têm sido responsáveis por acompanhar os jogos e elaborar relatórios para Carlo Ancelotti. Eles se reuniram nesta semana para debater os nomes que vão estar na pré-lista de convocados para os jogos contra Equador e Paraguai que deve ser entregue à Fifa até o dia 18 de maio.
Ednaldo foi afastado do cargo por decisão da Justiça do Rio, que foi designada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para investigar uma possível fraude no acordo que manteve o dirigente no poder. Uma perícia indicou que a assinatura do ex-vice-presidente Coronel Nunes, um dos signatários, seria falsa. A decisão cabe recurso.
A Justiça fluminense determinou que Fernando José Sarney, vice-presidente da CBF e filho do ex-presidente da República José Sarney, aja como interventor e convoque uma eleição para os cargos diretivos “o mais rápido possível”. O dirigente afirmou ao Estadão que “ainda não é momento eleitoral”.
Horas após o afastamento de Ednaldo, parte das federações “largaram a mão” do dirigente. Em um documento assinado por 19 das 27 filiadas da CBF, os presidentes manifestaram se o momento de a entidade “virar a atual página de judicialização e instabilidade que há mais de uma década compromete o bom funcionamento da entidade e o avanço do futebol”. Samir Xuad, chefe da federação roraimense, desponta como favorito ao pleito.
Reeleito por aclamação em março deste ano, Ednaldo tinha Carlo Ancelotti como o treinador dos sonhos para a seleção. As investidas pelo treinador italiano começaram ainda em 2023. O anúncio do italiano como novo técnico do Brasil foi considerada uma vitória política do dirigente, mas não foi suficiente para arrefecer adversários e mantê-lo no cargo.
Ancelotti irá se apresentar à seleção brasileira em 26 de maio, quando vai fazer a convocação para os jogos contra Equador e Paraguai. Até lá ele continua como técnico do Real Madrid e cumpre compromissos com o clube espanhol até o fim da temporada europeia. Seu contrato com a CBF é de aproximadamente um ano, até o fim da Copa do Mundo de 2026.
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