Ciclista cruza o Brasil no pedal e chega ao Espírito Santo
De passagem pelo Estado, Léo já segue para BH e quer terminar desafio de percorrer as 27 capitais em 120 dias

Viajar pelo Brasil inteiro de bicicleta pode parecer loucura para muitos, mas para Leandro Carlos, conhecido nas redes como “Léo Pedalando Pelo Mundo”, é estilo de vida. Natural de Passagem Franca, no interior do Maranhão, ele já transformou as duas rodas em casa, trabalho e terapia.
Aos 34 anos, coleciona histórias que vão muito além do esporte: do enfrentamento do gelo no Alasca até a travessia por capitais brasileiras, tudo sempre movido pela fé, pela disciplina e pela paixão pela estrada. Léo, inclusive, detém o recorde sul-americano de atravessar os quase 23 mil quilômetros de Prudhoe Bay, no Alasca (EUA), até Ushuaia, na Argentina, no extremo sul da América do Sul, em 95 dias, 16 horas e 57 minutos.
Em 2018, durante um período difícil da vida, ele comprou a primeira bicicleta em São Paulo, batizada de Magia, e começou a pedalar sem grandes pretensões.
O que era para ser apenas uma volta se tornou um projeto gigantesco, que sete anos depois já rendeu um livro, milhares de seguidores nas redes sociais e o reconhecimento dentro e fora do mundo do ciclismo. Hoje, ele volta a refazer o percurso pelas 27 capitais brasileiras, desta vez com mais experiência, estrutura e propósito.
De passagem por Vitória, sua terceira capital neste novo desafio, Léo conversou com a reportagem sobre a paixão pelo ciclismo, as dificuldades e alegrias da estrada, as relações que constrói com quem encontra pelo caminho e a magia que dá nome ao seu livro.
A Tribuna - Como começou essa paixão pelo ciclismo?
Léo - Começou em 29 de agosto de 2018, em São Paulo, quando fui visitar minha mãe, que estava em tratamento de saúde. Eu também passava por problemas pessoais e financeiros. Estava sem trabalho, precisei vender meu carro, e fui lá para espairecer.
Acabei comprando uma bicicleta e saí para pedalar, sem pretensão nenhuma. Só que aquilo tomou uma proporção enorme. Hoje, sete anos depois, vivo da bicicleta. O meu trabalho é o meu hobby. É o que amo fazer e é assim que me sustento.
O que motivou a criar esse projeto de pedalar por todas as capitais do País?
Estou revivendo meu primeiro grande projeto, que foi pedalar pelas 27 capitais do Brasil, em 2018, de forma despretensiosa, com minha primeira bicicleta, chamada Magia, em 166 dias.
Agora, sete anos depois, quis reviver essas experiências e também estou lançando meu livro. Tudo que está no livro, tento reviver nesse percurso.
Há uma meta de tempo para concluir o percurso?
Diferente de outros projetos em que busquei recordes mundiais, como a travessia do Alasca ao Ushuaia, este não tem metas de velocidade. Quero me conectar com o maior número de pessoas possível, sem pressa. A previsão é concluir no Rio Grande do Sul, no Natal, em cerca de 120 dias, mas se não der, vou indo do mesmo jeito.
Depois desse desafio, já pensa em outro?
Sim, vários. Sempre planejo o próximo projeto enquanto realizo o atual. Só não vou dar spoiler ainda, mas virão outros.
Quais são os maiores desafios físicos e mentais para cumprir estes desafios?
Depois de sete anos em cima da bicicleta, já estou acostumado. O físico não me atrapalha, e o mental também não, porque pedalar é uma terapia para mim. Quando fazemos o que gostamos, não é trabalho, é diversão.
E os imprevistos no caminho, como clima, vento e chuva?
Minha mãe me dá suporte na estrada, fazendo uma “escolta” na van. Claro que enfrento situações como vento forte e chuva, mas já passei por coisas muito mais difíceis, como frio intenso no Alasca e até enfrentar ursos. Então, hoje, essas dificuldades são pequenas.
Você não tem medo das estradas e dos caminhões?
Tenho sim, e é o medo que me mantém vivo. O perigo é perder o medo, porque aí ficamos confiantes demais. O medo funciona como uma antena, que me alerta para tomar precauções. O problema não é a estrada, são as pessoas imprudentes.
Já pensou em desistir?
Nunca. Essa palavra não existe no meu vocabulário. O máximo que posso fazer é dar uma pausa, descansar e continuar.
Como é sua relação com as pessoas que encontra pelo caminho e com seus seguidores?
É incrível. Eles dizem que eu motivo e inspiro, mas o carinho deles também me inspira a continuar. Teve gente que viajou só para me encontrar. Isso é combustível para mim.
Sobre o livro que você lançou, qual é o tema?
O título é A Magia do Caminho. “Magia” é uma homenagem à bicicleta, mas também às coisas mágicas que acontecem na vida. É um diário dos 166 dias em que percorri as 27 capitais, mas também fala sobre experiências, relações e aprendizados. Não é só sobre bicicleta, é sobre a vida. Ele está à venda nas minhas redes sociais e no meu site.
Por fim, o que não pode faltar na sua bagagem?
Na minha bagagem “virtual”, não pode faltar fé, harmonia, alegria, determinação, disciplina e dedicação. Já na mochila física, não pode faltar açaí, que é meu alimento básico.
Quem é ele?
Leandro Carlos, conhecido como Léo, tem 34 anos e é maranhense.
Possui milhares de seguidores em seus perfis nas redes sociais, com o nome: “Léo Pedalando pelo mundo”.
É ciclista de longa distância e criador de conteúdo digital.
Iniciou no ciclismo em 2018, em São Paulo, após comprar sua primeira bicicleta, chamada Magia.
Pedalou pelas 27 capitais brasileiras pela primeira vez em 2018, em 166 dias.
Detém o recorde sul-americano de atravessar os quase 23 mil quilômetros do Alasca ao Ushuaia em 95 dias.
Atualmente refaz o percurso pelas 27 capitais do Brasil, previsto para encerrar no Natal.
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