Cresce procura por lentes multifocais
Mesmo sem problema de catarata, pacientes estão optando pelo implante de lentes intraoculares, para se livrarem dos óculos
A busca por mais liberdade visual tem impulsionado um aumento expressivo na procura pelas lentes intraoculares multifocais. Antes, esse tipo de implante era associado quase exclusivamente às cirurgias de catarata. Hoje, entretanto, pessoas acima dos 55 anos que desejam reduzir — ou até eliminar — a dependência dos óculos também têm optado por esse recurso, mesmo sem apresentar catarata formada.
A médica oftalmologista Karine Moysés explica que as lentes multifocais são implantadas durante a cirurgia em que o cristalino é retirado. Esse cristalino pode estar saudável ou já opaco, como ocorre nos casos de catarata.
“Após essa remoção, a lente artificial assume o foco da visão e, diferentemente das monofocais, que corrigem apenas uma distância, as multifocais permitem enxergar longe, perto e em distâncias intermediárias. Isso traz praticidade para atividades diárias como ler, usar o celular, trabalhar no computador e dirigir”, explica.
Segundo a especialista, o avanço da tecnologia tem tornado esse tipo de implante uma tendência entre pessoas que buscam mais autonomia visual e qualidade de vida em uma fase ativa.
“Vejo cada vez mais pacientes querendo se livrar dos óculos. Muitos não esperam mais a catarata se instalar para operar, porque desejam viver essa liberdade visual enquanto estão em plena atividade”, relata Karine.
As lentes multifocais funcionam por meio de zonas ópticas ou tecnologias de difração e refração que direcionam a luz para diferentes pontos focais. O cérebro, então, seleciona automaticamente a imagem mais nítida, conforme a distância do objeto observado. Esse mecanismo permite que o paciente tenha uma visão funcional em várias situações, com menor necessidade de correção adicional.
O implante é indicado para quem tem presbiopia e busca independência dos óculos, para pacientes que vão passar pela cirurgia de catarata e para pessoas com rotina ativa, que exigem boa visão para diversas atividades. Para garantir bons resultados, é essencial que o paciente tenha olhos saudáveis, sem doenças que prejudiquem a adaptação às lentes.
“Cada caso deve ser analisado de acordo com as particularidades que possui, para, em seguida, avaliar qual tratamento é o mais recomendado”, pondera Karine Moysés.
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