“Maior desafio é ofertar serviços com qualidade”
Prefeito Sergio Vidigal fala sobre a área da Saúde que é a “menina” dos olhos da gestão atual
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Nascido em 8 de maio de 1957, Sergio Vidigal, como é conhecido, já ajudava seu pai, ainda criança, em uma mercearia da família, em Jardim América, Cariacica.
Mais tarde, quando teve que optar por uma carreira, escolheu o curso de Medicina, formando-se em 1980 pela Escola Superior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia de Vitória (Emescam).
Em 1981, especializou-se em Psiquiatria pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).
Naquele ano, foi lotado na Secretaria de Saúde do Espírito Santo e passou a atuar também como médico da Prefeitura da Serra.
Sua trajetória política começou em 11 de julho de 1988, quando decidiu ser um militante do Partido Democrático Trabalhista (PDT), seu único partido.
Prefeito da Serra por quatro mandatos, Vidigal tem dois filhos e cinco netos.
Prefeito da Serra por quatro mandatos, Sergio Vidigal (PDT) cumpre o seu plano de governo com investimentos em todas as áreas, mas a saúde, sem dúvida, é a “menina” dos seus olhos.
Formado em Psiquiatria, em 1981, Vidigal passou a atuar como médico da Prefeitura da Serra.
Sua trajetória política começou a decolar em 1988, ano em que foi o primeiro vereador eleito pelo PDT na história da cidade.
À reportagem, Vidigal fez um balanço da sua gestão, falou sobre os desafios e do ano que foi marcado por muitas conquistas.
A Tribuna – A saúde sempre ganhou muito destaque nas suas gestões. De onde vem essa paixão?
Sergio vidigal – A saúde faz parte da minha história. Foi a profissão que eu escolhi. Quando eu fui trabalhar na Serra como médico, eu tinha 24 anos de idade. Foi uma opção minha vir trabalhar aqui na Serra e também por determinação da minha mãe, Floreny Vidigal, chamada carinhosamente de dona Flor.
Por que, prefeito?
Quando eu era garoto, a minha mãe falava que queria um filho médico e um filho pastor. A gente morava em Santo Antônio (Vitória) e, pelo perfil sócio-econômico das pessoas, ser médico naquela época não era uma tarefa muito fácil.
A minha mãe, que faleceu em 2014, dizia que queria um filho médico dos humildes. Ela falava que eu precisava ir para um município que necessitava de muita atenção e falou da Serra.
À época, abriu o Pronto-Socorro de Carapina, de 1981 para 1982, e me habilitei para trabalhar lá nos plantões de 24 horas, de sábado à noite até domingo durante o dia.
Em 1988, o pessoal da classe política começou a me abordar. Eu atendia muitos pacientes e o pessoal me enxergava como um bom candidato para o partido.
Inicialmente, eu resisti porque, como muitos brasileiros, achava que política não era coisa séria. A minha mãe também era totalmente contrária.
A minha esposa, Sueli Vidigal, me convenceu a entrar para a política e fiz a escolha pessoal pelo PDT, principalmente pela bandeira da educação. Eu sempre fui muito estudioso, cursei faculdade particular, que à época o ensino não era tão caro como hoje. O maior desafio era ser aprovado e eu fui.
Meu pai tinha uma mercearia e eu o ajudava. Tanto é que, quando saiu o resultado do vestibular de Medicina, eu estava na rua fazendo entrega de pães. Tinha 17 anos.
Foi muita emoção ser aprovado. Primeiro, porque é uma profissão que eu não estava apenas cumprindo o sonho da minha mãe, mas também passou a ser um sonho meu. E olha que todo mundo achava que eu seria engenheiro, porque eu era o melhor aluno de Matemática e Física na escola.
Agora, falando um pouco sobre a sua atual gestão. Como foi o desempenho da Serra neste ano na saúde?
A saúde é um grande desafio porque o SUS (Sistema Único de Saúde) é um plano de saúde fantástico, mas que, às vezes, nos falta financiamento para o sistema. Existem tabelas do SUS que não são reajustadas desde a década de 1990.
Mas qual o desafio do SUS? Ele tem uma porta de entrada imensa, que são as prefeituras, pelas unidades básicas de saúde. Já a média e alta complexidade são de responsabilidade do governo, mas a gente acaba absorvendo muita coisa da média complexidade como exames, especialidades médicas.
Então, esse é o desafio, você ter um sistema amplo, abrangente e que tenha uma linha de financiamento à altura das demandas.
A Serra tem uma característica especial porque é uma cidade que, a cada 10 habitantes, somente dois têm planos de saúde. E dos dois que têm plano de saúde, 22% usam o nosso sistema.
Então, hoje mais de 80% da população utiliza o nosso sistema.
Fazendo uma comparação com a capital, a cada 10 habitantes, seis têm planos de saúde. É uma demanda grande para a gente. Aí é um grande desafio de levar uma saúde de qualidade para a população.
Com investimentos, estamos cumprindo o nosso papel. Para você ter uma ideia, entre 2021 e 2022, dos municípios da Grande Vitória, o maior percentual de investimento na saúde foi da Serra.
Agora em 2023, até novembro, em valor nominal, o município concentra o maior investimento em saúde.
Qual o valor?
Este ano, até novembro, foram investidos R$ 300 milhões na saúde, o que representa 23,5% do nosso orçamento. A previsão é fechar o ano com cerca de R$ 340 milhões de investimento.
Se juntar todos os anos da nossa gestão, passa de R$ 1 bilhão de investimentos.
O município fecha o ano com as contas no azul?
As nossas contas fecham no azul. Fecharemos o ano com as contas equilibradas. Inclusive a Serra foi um dos 12 municípios do Espírito Santo a receber na última quarta-feira o Selo Diamante de Qualidade em Transparência e Governança Pública, concedido pelas ONSs Espírito Santo Em Ação e Transparência Capixaba.
O prêmio representa o reconhecimento dos esforços da administração municipal em promover a transparência e aprimorar o nível de governança.
Quais foram os maiores desafios na sua gestão? A pandemia é um dos exemplos?
A pandemia realmente teve impacto muito grande na saúde, principalmente na saúde mental. Ampliou-se muito a demanda, pacientes com quadros de ansiedade, depressão.
Também houve muitas sequelas na pandemia, seja ela na área respiratória, na área neurológica. A gente acabou criando a demanda nossa de atendimento.
Este ano também teve um surto grande de dengue. Tivemos ainda um surto gripal muito grande no início do ano.
Agora, os maiores desafios são garantir uma oferta de serviços para todos e de qualidade. Esse é o nosso compromisso.
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