Sono e saúde mental Pós-Covid 19
Pesquisas apontam a dificuldade de dormir e de manter um sono de qualidade em pacientes que foram infectados durante a pandemia
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Diversas pesquisas realizadas no ano passado e publicadas em revistas científicas como Nature e Sleep Science mostraram como a pandemia da Covid afetou o sono da população mundial. No Brasil também foram avaliados aspectos da qualidade do sono e foram observadas dificuldades para iniciar ou manter o sono, bem como o despertar precoce.
Os distúrbios de sono causam a vulnerabilidade à infecções, desequilíbrio inflamatório oxidativo/antioxidante do organismo, maior probabilidade de doenças metabólicas e cardiovasculares, doenças crônicas como diabetes, obesidade, entre outras, que também podem afetar a saúde mental do indivíduo.
O sono é fator importante para a memória e aprendizagem, já que uma das suas funções é a regulação dos níveis de hormônios, como a serotonina e a melatonina, que são essenciais para a regulação do humor e sono. Outro papel do sono é o de reorganizar e processar as informações adquiridas durante o dia, o que permite uma melhor retenção e acesso às informações no futuro.
É durante o sono que acontece importantes mecanismos responsáveis pela manutenção da saúde, como se organismo se preparasse para o dia.
Devido à pandemia, situações como o medo da própria morte, medo de perder os familiares próximos, insegurança no trabalho, na política, além do isolamento e solidão foram condições comuns que favoreceram as desordens emocionais sendo demonstradas pelos elevados números de depressão, ansiedade e insônia que vivenciamos. O alarmante de toda esta situação é que pesquisas apontam que mais de 80% dos participantes relataram alguma queixa relacionada à saúde mental e sono, mas apenas cerca de um terço procurou ajuda profissional.
Uma outra condição nova é a denominada Síndrome Pós-COVID ou COVID Longa, esta síndrome é multistêmica e pode aparecer vários meses após a infecção pelo SARS-Cov2. As manifestações podem ser respiratórias, cardiovasculares e neuropsiquiátricas, sendo muito frequentes os déficits cognitivos e a Síndrome da Fadiga Crônica, que além de causar grande sofrimento, pode ser incapacitante para as atividades diárias e para o trabalho.
Os acometidos por esta nova doença possuem queixas de ansiedade, pânico, alterações no sono e sintomas depressivos e são ainda piores naqueles indivíduos que necessitaram de internação ou apresentaram quadros mais graves. Temos visto o aumento da depressão, por conta dos sintomas variarem da ordem psiconeurológica a sintomas físicos incapacitantes causando enorme sofrimento físico e mental.
Muitas vezes as questões e condições emocionais refletem diretamente no sono. Devendo ser abordadas e tratadas. Afinal uma boa qualidade e quantidade de sono é fundamental para o adequado funcionamento do organismo.
Dicas para melhorar o sono
- Faça uma boa higiene de sono, que consiste em deitar no mesmo horário, não usar telas à noite, evitar comidas pesadas, cafeína e álcool antes de dormir, deixar o ambiente relaxante, na penumbra, para auxiliar no sono.
- Terapia – Existem terapias utilizadas para melhora do sono, como a TCC (Terapia Cognitivo-Comportamental).
- Evite o uso de medicamentos que induzam o sono. Utilizar apenas com orientação médica.
Procure ajuda para tratar sua Saúde Mental
- CVV (Centro de Valorização da Vida) – Ligue 188
- Vigilantes do Sono - https://www.instagram.com/vigilantesdosono/
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