Qualidade do sono impacta saúde mental
Noites maldormidas aumentam a vulnerabilidade a doenças e, segundo estudos, podem até causar demência
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O sono é essencial para diversas funções corporais e mentais, incluindo consolidação da memória, regulação hormonal e manutenção da saúde cardiovascular.
A quantidade ideal de sono varia com a idade, sendo que adultos necessitam, em média, de dormir oito horas por noite. A qualidade do sono, no entanto, é tão importante quanto a quantidade: distúrbios como insônia e apneia podem comprometer o descanso e aumentar a vulnerabilidade a infecções, doenças metabólicas e problemas de saúde mental.
De acordo com a médica especialista em Medicina do Sono e Presidente da Associação Brasileira do Sono (Regional ES), Jessica Polese, pesquisas recentes comprovam que a falta de sono ou noites maldormidas também podem aumentar o risco de desenvolver demência.
“Os estudos Glenn Biggs Institute for Alzheimer's and Neurodegenerative Diseases da Universidade do Texas e do Centro de Ciências do Sono e Circadianas da Universidade de Stanford, ambas nos Estados Unidos, mostraram recentemente que o sono atua como uma renovação para o cérebro. Sem uma boa noite de sono, com o tempo há o risco de se desenvolver demência, associada a doença de Alzheimer”, citou.
Jessica destacou o fato de o sono ruim prejudicar a convivência das pessoas em sociedade.
“O cérebro fortalece emoções positivas e enfraquece as negativas, e os problemas psiquiátricos e do sono afetam diretamente o bem-estar e a produtividade, resultando em prejuízos individuais e coletivos significativos”, explica a médica.
Segundo a médica, o sono está intimamente ligado à preservação da saúde mental. “Uma boa noite de sono, com qualidade e duração adequadas, preserva a saúde mental do ser humano”, diz.
Para combater esses desafios, é fundamental conscientizar a população sobre a importância de uma boa higiene do sono e buscar atendimento profissional para tratar os distúrbios relacionados a ele. Essas medidas são essenciais para preservar a saúde mental e física, garantindo bem-estar e produtividade.
Jessica alerta que um dos fatores preocupantes atualmente é o uso desenfreado de medicamentos para dormir.
“O aumento do uso do Zolpidem, por exemplo, é preocupante, tanto que a, partir deste mês, ele está sendo comercializado com receita azul”, contou.
A especialista destaca que entender que o sono é um dos pilares da longevidade contribui para construir uma vida mais saudável e equilibrada.
Dicas para ter um sono saudável
- Evite o uso de telas à noite
- Mantenha uma alimentação adequada
- Pratique atividades físicas
- Hidrate-se!
- Evite a exposição a telas e eletrônicos à noite
- Crie um ambiente agradável antes de dormir: tome chá, escute uma música relaxante, leia um livro.
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