Medicina canábica para doenças neurológicas
Médicos destacam benefícios da cannabis medicinal para tratar doenças como Parkinson e epilepsia
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A medicina canábica está se destacando como alternativa eficaz para o tratamento de doenças neurológicas, apresentando resultados promissores. Especialistas têm observado melhorias significativas nos quadros dos pacientes com condições como Parkinson e epilepsia.
O neurocirurgião Walter Fagundes, PhD em Neurocirurgia, pós-graduado em Medicina Canabinoide, professor e coordenador do grupo de pesquisa Geneuro da Ufes explica que a medicina canábica se refere ao uso controlado e terapêutico de compostos extraídos da planta da cannabis, como o THC e o CBD, sob orientação médica.
“Esses compostos têm demonstrado efeitos positivos no tratamento de diversas condições, como epilepsia, dor crônica, ansiedade, distúrbios do sono, espasticidade, autismo, Parkinson e demência. Como médico, vejo essa abordagem complementar com bons olhos, pois pode melhorar a qualidade de vida dos pacientes.”
Na área geriátrica, o médico Edson de Sousa Ribeiro Jr. diz prescrever a terapia canábica há cerca de oito anos. “Minha experiência é muito favorável. A melhor indicação são nas manifestações psiquiátricas das demências que não estão respondendo aos antipsicóticos e outros tratamentos convencionais”.
Segundo o geriatra, a aceitação da terapia canábica tem sido cada vez melhor, tanto pelos pacientes idosos quanto por seus familiares, principalmente quando percebem os excelentes resultados desta nova opção terapêutica.
A neurologista Soo Yang também observa melhorias em pacientes com transtornos de comportamento, especialmente no autismo e na doença de Alzheimer, além de condições como insônia, dores crônicas, fibromialgia e epilepsia.
“Os resultados têm sido encorajadores, e muitos pacientes relatam uma melhora na qualidade de vida após o início do tratamento.”
Os especialistas enfatizam que o uso da cannabis medicinal deve seguir os mesmos cuidados que qualquer outra medicação. “É necessário ter prescrição e acompanhamento, assim como ocorre com outros fármacos. Mas, é importante ressaltar que essa é uma medicação amplamente estudada e testada. Portanto, desde que haja uma indicação adequada, pode trazer benefícios significativos para o paciente”, completa o neurocirurgião Walter Fagundes.
TABELA
SAIBA MAIS
- Doença Benefícios Observados
- Parkinson: Redução da rigidez muscular e alívio das dores
- Epilepsia: Diminuição da frequência das crises
- Demência: Melhora nas manifestações psiquiátricas
- Autismo: Redução de comportamentos disruptivos
- Fibromialgia: Alívio da dor crônica
- Insônia: Melhora da qualidade do sono
- Ansiedade: Melhora da ansiedade generalizada
Fonte: Informações fornecidas pelos especialistas citados na reportagem.
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